Resumo |
O distúrbio fisiológico do eucalipto (DFE) apresenta etiologia complexa e pode resultar em prejuízos significativos ao setor produtivo. Uma das estratégias para contornar o DFE é a seleção de genótipos tolerantes ao DFE mas, atualmente, inexistem procedimentos para a seleção de materiais menos suscetíveis ao distúrbio. As plantas necessitam do equilíbrio e funcionalidade dos tecidos responsáveis pelo transporte de água, nutrientes e fotoassimilados e isto implica também na distribuição dos nutrientes em diferentes tecidos das árvores. Nossa hipótese é que a distribuição e relação dos nutrientes na casca e no lenho de genótipos contrastantes quanto a tolerância ao DFE possa auxiliar na seleção de clones mais tolerantes ao distúrbio. Este trabalho teve por objetivo a avaliação preliminar e comparação do teor de nutrientes encontrados na casca e lenho de clones divergentes quanto ao fenótipo de tolerância ao DFE conduzidos em condições favoráveis ao distúrbio. Amostras das cascas e do lenho de clones comerciais de eucaliptos comerciais foram coletados em área comercial da Suzano S/A, com histórico de ocorrência do DFE e destinada a condução de experimento. As amostras foram trituradas isoladamente e processadas com metodologia do Laboratório de Análise de Solos, Tecido Vegetal e Fertilizante (DPS/UFV). Os resultados são apresentados como as médias do teor de macro (N, P, K, Ca, Mg e S, expressos em dag/kg) e micronutrientes (Cu, Fe, Zn, Mn e B, expressos em mg/kg), tomados pelo grupo de genótipos tolerantes, médio tolerantes e suscetíveis. Esta classificação do fenótipo de tolerância foi adotada de acordo com as informações empíricas nas áreas de plantio comercial da Suzano S/A. A análise preliminar dos dados com base nas médias e desvios mostra menor quantidade de nutrientes (N, K, Ca, S, Cu, Fe, Zn e B) na casca e lenho dos genótipos tolerantes em relação aos suscetíveis. Esta diferença pode ser relacionada a uma maior eficiência de utilização destes nutrientes ou a um efeito indireto atribuído ao maior crescimento dos clones tolerantes. Ainda que uma análise estatística seja necessária, a observação da amplitude dos dados de estatística descritiva sugere a diferença na exigência nutricional dos clones, considerando que os genótipos tolerantes apresentaram em campo maior crescimento vegetativo (dados não apresentados). Podemos concluir que há indicativos de que o status nutricional e eficiência de uso de nutrientes seja um fator que pode contribuir para a melhor adaptação e resistência dos clones ao DFE. |