Resumo |
O transplante de medula óssea (TMO), é a tentativa de reabilitação funcional de uma medula doente através da infusão venosa de células progenitoras hematopoiéticas saudáveis. É um processo complementar ao tratamento de linfomas, leucemias, e outras condições clínicas, cuja chance de êxito é proporcional ao grau de compatibilidade entre doador e receptor. Caso não seja encontrado um doador na família ou não seja possível transplantar as células do próprio paciente, inicia-se a busca no Registro Nacional dos Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e nos registros internacionais. Apesar de o Brasil possui o terceiro maior registro de doadores do mundo e o que mais se expandiu na última década, apenas 64% dos pacientes têm sucesso na busca por um doador compatível. Assim, a pesquisa foi feita com o intuito de analisar e compreender as maiores dificuldades e preconceitos da comunidade acadêmica da UFV em relação à doação de medula óssea, estimar o número de pessoas dessa população registrados no REDOME e identificar indivíduos que desejam ser doadores. Os dados coletados serão utilizados para a elaboração de medidas práticas com intuito mobilizar os potenciais doadores a registrarem-se. Trata-se de um estudo observacional, transversal, cujo público alvo são estudantes e professores da UFV que possuam entre 18 e 55 anos de idade e que aceitem participar da pesquisa por meio consentimento declarado em TCLE e a indicação de concordância em participar da pesquisa. Os critérios de exclusão são: não aceitar participar da pesquisa e/ou ter menos de 18 ou mais de 55 anos. Os dados foram coletados por meio de questionário elaborado pelos pesquisadores, aplicado online, no modelo de formulário Google Forms. As respostas foram analisadas e interpretadas a partir dos gráficos gerados pelo próprio sistema do Google Forms. Os resultados foram obtidos com base nessa análise e apresentados de forma descritiva. Obteve-se 360 respostas, das quais 49,7% eram de estudantes ou profissionais da área da saúde. Do total, 87,5% dos participantes não são doadores de medula óssea, mas, dentre esses, 78,6% já sentiu vontade de ser. Os principais motivos que os impediram de ser doadores foram não saber o que é preciso ser feito para se tornar um doador e medo/desconhecimento sobre os procedimentos para a doação. Uma parcela de 76% dos participantes considera que sabe para que serve a doação e o transplante de medula óssea, mas 86% não sabe quais características uma pessoa precisa ter para se tornar doador. Dentre os pesquisados, 61,3% considera que as fontes de informação às quais tiveram contato sobre o tema foram parcialmente esclarecedoras, fazendo com que ainda permanecessem com dúvidas. Conclui-se que o conhecimento acerca do TMO é pouco difundido entre a comunidade acadêmica, mesmo dentre aqueles da área da saúde, e a falta de informação é a principal responsável pelo baixo número de acadêmicos registrados no REDOME. |