Resumo |
As relações étnico-raciais se fazem presente em nossa vida cotidiana, sendo necessários debates que nos ajudem a compreender como elas estruturam a sociedade e impactam o nosso dia-a-dia. Frente a esta necessidade, foi criado o curso de extensão “Relações étnico-raciais e infâncias: reflexões e práticas na Educação Infantil”, para que professoras/es e estudantes compreendessem melhor o assunto e pudessem construir práticas educativas antirracistas a serem trabalhadas não só durante datas específicas, mas no decorrer do ano letivo. O presente resumo tem por objetivo apresentar o curso de extensão citado acima, promovido pelo Departamento de Economia Doméstica da UFV. O curso teve por objetivo construir práticas educativas antirracistas a partir de uma formação crítico-reflexiva e teórico-prática acerca das relações étnico-raciais no Brasil. Esta formação focou na educação infantil, área onde o tema ainda é pouco discutido. O curso foi oferecido de abril a julho de 2021, de maneira virtual, pela plataforma Google Meet. Foram realizados, quinzenalmente, 8 encontros com duração de 2 horas cada. Contou com a participação de 45 participantes, dentre professoras da rede pública de ensino de diversos municípios e estados brasileiros, estudantes de licenciatura em Pedagogia e Educação Infantil, bem como professoras/es e pesquisadoras/es que se debruçam sobre o tema. Durante os encontros foram feitos debates sobre a população indígena e negra no Brasil. Pesquisas e vivências foram compartilhadas para entendermos as trajetórias destes sujeitos em nosso país. As/os palestrantes convidadas/os discutiram sobre aspectos socioculturais e históricos destes povos, o que possibilitou debates sobre narrativas de uma História que ainda é pouco difundida. Depois de aprendermos sobre os aspectos históricos destes povos, passamos a refletir sobre como eles são subjugados por estereótipos criados por seus colonizadores, trazendo então a necessidade da representatividade indígena e negra para que estas ideias sejam desconstruídas. As culturas destes povos também foram debatidas, bem como a sua importância para o empoderamento, fortalecimento dos movimentos sociais e respeito às singularidades de cada indivíduo. O Brasil apesar de ser um país diverso também é um país extremamente desigual, tendo o racismo como um dos pilares fundantes da sua sociedade, por isso as discussões sobre os direitos das populações indígenas e negras se fizeram permanentemente presentes nesta formação. Foram evidenciadas formas de construir e de lutar por uma educação antirracista que passa pelo reconhecimento do racismo e pelo apoio às culturas destes povos. Concluímos que este curso de extensão foi fundamental para mostrar como trabalhar as relações étnico-raciais nas escolas, pois apesar de complexo, vimos que o tema pode ser trabalhado através de metodologias lúdicas e criativas, tais como projetos e atividades, os quais tivemos a oportunidade de construir durante nossos encontros. |