Resumo |
Vegetais são constantemente expostos a condições ambientais adversas e a patógenos que limitam seu desenvolvimento. Um grupo de patógenos que comumente infectam plantas são os begomovírus, que constituem um grande problema em plantações do Brasil e do mundo. Deste modo, o estudo de análises funcionais da proteína NIK1 (Nuclear shuttle protein-interacting kinase), tornou-se de grande interesse, visto que a via antiviral mediada por NIK1 é ativada durante infecções por begomovírus. NIK1, após a percepção de estímulos virais, desencadeia uma cascata de fosforilação, que culmina na supressão da transcrição de genes relacionados a maquinaria de tradução, consequentemente levando à inibição global da síntese de proteínas. Recentemente, foi demonstrado que a via antiviral mediada por NIK1 participa de uma comunicação cruzada com a imunidade antibacteriana, portanto, tem sido sugerido que a proteína NIK1 possa também se comunicar com outras vias de resposta, como por exemplo a estresses abióticos. Neste propósito, a ativação da sinalização de NIK1 foi monitorada utilizando RT-qPCR de genes marcadores da via em resposta a estresses abióticos. Como parte da execução do projeto “Rede de interações Begomovirus-hospedeiro sinalizando para doença ou resistência” (2020), foi verificado que a via de sinalização antiviral mediada por NIK1 é ativada em situações de estresse do RE, a partir da análise quantitativa dos mRNAs de proteínas ribossomais que são alvos da via. A fim de um melhor entendimento, plantas Col-0, T474D-6, 35SNIK1-HA, nik1, nik2 e nik1/nik2 foram submetidas a um tratamento utilizando PEG como indutor do estresse osmótico. As plantas foram cultivadas por 12 dias e expostas a tratamento com PEG 8000 10% por 3 h. Em seguida, a ativação da via antiviral de NIK1 foi monitorada pelo acúmulo de transcritos de genes relacionados à maquinaria de tradução, proteínas ribossomais, e genes dos fatores de iniciação da tradução (eIF2α e eIF1B). Os resultados obtidos demonstram que a via antiviral mediada por NIK1 é ativada em situações de estresse osmótico, o que foi evidenciado a partir da análise do transcrito por RT-qPCR de genes marcadores da via de NIK1. Foi observado que estresse osmótico promoveu a repressão dos genes marcadores da via antiviral ativada, exceto no mutante duplo nik1/nik2, corroborando que os receptores NIK1 e NIK2 são igualmente importantes para ativação da resposta. |