Resumo |
Introdução: O câncer é um grande problema de saúde pública no Brasil e mundo, representando um dos maiores desafios na atualidade. Alterações do apetite são sintomas comuns em pacientes com câncer, em virtude do tratamento antioneoplásico, e, apresentam impacto significativo na qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre o apetite e a qualidade de vida de pacientes em tratamento oncológico de um hospital da região de Viçosa - MG. Metodologia: Estudo de análise transversal, com amostra por conveniência (n=19), composta por 12 mulheres (63,16%) e 7 homens (36,84%), com idades entre 34 e 80 anos (60,36±14,58), em tratamento quimioterápico atendidos no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova - MG. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (protocolo n°: 2.914.664) e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Com a impossibilidade de uma nova coleta devido a pandemia de COVID-19, utilizou-se dados coletadas no período de agosto de 2019 a março de 2020. Os instrumentos utilizados foram o Questionário Semiestruturado e o European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire (EORTC QLQ-C30). Resultados: Dentre os efeitos adversos encontrados, destaca-se a anorexia (42,11%; n=8) como o principal achado relacionado com a perda de apetite, visto que este caracteriza-se pela redução ou ausência do mesmo. Demais efeitos que influenciam no apetite também foram relatados, sendo eles xerostomia (52,63%; n=10), plenitude gástrica (47,37; n=9), náuseas (42,11; n=8) e alterações no paladar. Para mais, a amostra estudada demonstrou percepção positiva em relação à medida global de saúde e qualidade de vida, entretanto, os domínios de função emocional, função cognitiva e desempenho de papéis destacaram-se como os principais fatores preditores da menor qualidade de vida nesses indivíduos. Conclusões: Pode-se concluir que os efeitos adversos do tratamento antineoplásico contribuem para alterações importantes no apetite. Embora a perda de apetite não tenha demonstrado grande impacto sobre a redução da qualidade de vida nesses pacientes, entende-se que este deve ser avaliado com atenção, haja vista que a ingestão alimentar insuficiente reflete em prejuízos no estado nutricional. Portanto, o comprometimento de aspectos nutricionais, físicos e psicológicos corroboram para a piora da qualidade de vida em pacientes com câncer. |