Resumo |
Introdução: A termografia gera imagens térmicas (termogramas) com base na radiação infravermelha emitida, permitindo quantificar a temperatura da pele (TP) de modo não invasivo, seguro e sem contato. A TP medida por termografia tem sido apontada como um marcador fisiológico de fadiga residual, com base no argumento de que a inflamação muscular em resposta ao dano muscular induzido pelo exercício aumentaria a TP local nos dias subsequentes ao exercício. Contudo, o uso da termografia como ferramenta de monitoramento de fadiga ainda necessita maior nível de evidência científica. Objetivo: Analisar o efeito de diferentes volumes de um protocolo de simulação de uma partida de futebol na TP de membros inferiores e em marcadores de dano muscular e inflamação para investigar se a termografia é capaz de detectar fadiga residual. Material e Métodos: Este estudo de caso foi conduzido com um jovem futebolista (idade: 17 anos; estatura: 179,0 cm; massa corporal: 68,1 kg; Σ3 dobras cutâneas: 21 mm; VO2max: 54,5 mL·kg−1·min−1) militar em uma escola de internato. O participante foi submetido a duas sessões de um protocolo que simula a demanda física de uma partida de futebol, realizadas com diferente duração (45 min e 90 min) e separadas por um período de 1 semana. Foram obtidos termogramas de membros inferiores 24 h antes e 24 h e 48 h após ambas as condições para medir a TP no quadríceps, adutores de quadril, isquiotibiais e gastrocnêmios. Nos mesmos momentos, amostras sanguíneas foram obtidas para quantificar a creatina quinase (CK) (método cinético) e proteína C reativa (PCR) (método imunoturbidimetria). Resultados: a TP aumentou durante o período de recuperação em todas as regiões analisadas após o protocolo de 90 min; a CK atingiu um pico 24 h pós-protocolo com valores 273,3% maiores do que os valores basais, permanecendo elevada 48 h após o protocolo (185,6%); a PCR aumentou 182,5% 24 h pós-protocolo e atingiu um pico 48 h após (432,5%). Contudo, após o protocolo de 45 min, não houve aumento tanto na TP quanto na PCR, e os valores de CK não foram indicativos de dano muscular. Conclusão: A termografia infravermelha foi capaz de detectar fadiga residual induzida por um protocolo de simulação de uma partida de futebol em um jovem futebolista militar. Logo, monitorar as mudanças de TP via termografia pode ser uma abordagem valiosa para monitorar o status de recuperação muscular. Financiamento: FAPEMIG |