Resumo |
Muito dos avanços obtidos mundialmente em produtividades de milho se devem a identificação de genótipos capazes de tolerar bem a condições de estresse, como baixo aporte de N e aumento da densidade de plantas. Dito isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de seis populações de milho (P) e seis densidades de plantas (D; 30, 45, 60, 75, 90 e 105 mil plantas ha-1) em condições de estresse por baixo N. As populações avaliadas foram UFVM100, UFVM100(HS)C1, UFVM100(HS)C2, UFVM200, UFVM200(HS)C1 e UFVM200(HS)C2, que consistem em duas populações originais mais dois ciclos de seleção recorrente cada. Na safra 2019/20, em Coimbra-MG, numa área que não recebe N em cobertura a sete safras, um experimento foi instalado em DBC no esquema de parcelas subdivididas e três repetições. Cada bloco foi composto por seis parcelas (P) que se dividiam em seis subparcelas (D). Cada parcela foi constituída de oito linhas de plantio com 18m de comprimento e 0,8m de espaçamento entre linhas. Cada subparcela possuía quatro linhas de plantio de seis metros de comprimento cada. Visando mitigar os efeitos de competição entre subparcelas, os caracteres foram avaliados apenas nos quatro metros centrais das duas linhas interiores de cada subparcela. Os caracteres avaliados foram número de fileiras por espiga (NFE), número de grãos por espiga (NGE), comprimento de espiga (CE, cm), comprimento de grão (CG, mm) e produtividade de grãos (PG, kg ha-1). O fator P foi significativo (P<0,05) para os caracteres NGE, CG e PG e o fator D para NFE, NGE, CG e PG. Não houve interação significativa entre fatores (P<0,05) para nenhum dos caracteres. Os CVs para P, variaram de 5,89% em NFE a 37,04% em PG e para D, os CVs variaram de 6,05% em NFE a 39,21% em CE. As médias para NFE, NGE, CE, CG e PG foram 14,35, 423,67, 13,21 cm, 10,13 mm 4036,92 kg ha-1, respectivamente. Para o fator P, NGE variou de 365,67 (UFVM200(HS)C1) a 476,52 (UFVM100(HS)C1), CG de 9,30mm (UFVM200(HS)C1) a 11,08mm (UFVM100(HS)C1) e PG de 3214,13 kg ha -1 (UFVM200(HS)C1) a 5228,90 kg ha 1 (UFVM100(HS)C1). Em resposta a D, NFE, NGE e CG apresentaram ajuste ao modelo de regressão linear de primeiro grau, todos com b ̂1<0 e R2>0,89. PG teve ajuste quadrático com R2 de 0,83 e ponto de máxima de 4322,11 kg ha-1 em 45650 plantas ha-1. O ponto de máxima representa o ponto a partir do qual a adição de novas plantas deixa de compensar os efeitos negativos da competição intraespecífica na população de plantas em geral. Conclui-se que a população que apresentou os maiores valores de PG, NGE e CG foi a UFVM100(HS)C1 e a de menores valores foi a UFVM200(HS)C1. Não houve interação PxD significativa. O aumento de D ocasionou a redução de NFE, NGE e CG. A densidade de plantas que maximizou a média de PG das populações avaliadas foi de 45650 plantas ha-1 e foi menor do que a densidade de plantas usual na região (60 mil plantas ha-1). |