Resumo |
As plantas daninhas por consumirem água e reduzirem a produtividade das culturas agrícolas são responsáveis pela redução da eficiência no uso da água. Entretanto, o manejo das plantas daninhas tem-se distanciado da ideia de controle total. Além disso, é comum a presença de plantas daninhas nas entrelinhas de diferentes cultivos. Porém, a quantidade de água perdida por evapotranspiração das plantas daninhas não é bem compreendida. Neste contexto, objetivou-se determinar o consumo hídrico das plantas daninhas trapoeraba (Commelina difusa), tiririca (Cyperus rotundus), grama seda (Cynodon dactylon) e grama batatais (Paspalum notatum) por meio de lisímetros de drenagem. O experimento foi realizado na Estação Lisimétrica da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa-MG, sendo estabelecido o delineamento em blocos casualizados, com 4 tratamentos e 4 repetições. Para a obtenção do consumo hídrico das diferentes espécies de plantas daninhas, o experimento foi implantado em lisímetros de drenagem com área de 1,68 m2. As leituras de drenagem e as irrigações foram realizadas diariamente, a cada 24 horas, entre 8:00 e 9:00. Os volumes de água drenado e irrigado eram medidos com auxílio de uma proveta. As irrigações foram feitas de forma a obter um volume de água drenada de aproximadamente 1,0 L. Todo o volume drenado era reaplicado juntamente com a água de irrigação, com um regador (manualmente) naquele mesmo lisímetro para garantir o equilíbrio de sais e nutrientes no solo. Pela diferença de água aplicada e drenada, foi possível obter a evapotranspiração diária das plantas daninhas. O consumo hídrico foi avaliado no período de 104 dias. A trapoeraba apresentou um consumo hídrico de 473,3 mm, sendo a maior evapotranspiração quando comparada com as demais plantas daninhas. O segundo maior consumo hídrico foi da grama batatais apresentando o valor de 412,6 mm. A grama seda e a tiririca apresentaram consumos hídricos semelhantes e foram de 344,6 e 335,8 mm respectivamente. O crescimento da trapoeraba após o plantio foi superior às outras plantas daninhas e, a partir 45 dias, cobriu todo o solo do lisímetro. Provavelmente, essa biomassa formada influenciou positivamente no aumento da componente transpiração, aumentando, portanto, a evapotranspiração. Utilizando os dados meteorológicos durante o período experimental, a evapotranspiração de referência (ETo) foi calculada utilizando o modelo PM-FAO56 resultando no valor acumulado de 418,3 mm. Verifica-se que a ETo por PM-FAO56 foi bastante similar ao lisímetro ocupado com a grama batatais, corroborando com a literatura. Considerando o período e o clima do local de estudo, conclui-se que o consumo total de água pela trapoeraba, grama batatais, tiririca e grama seda são de 473,3; 412,6; 344,6 e 335,8 mm respectivamente. |