Outros membros |
Felipe Sperandio de Mattos, Fernanda Rolla de Oliveira Lara, Giulia Ornellas Fuzaro Scaléa, JOSE DANTAS RIBEIRO FILHO, Luiza Pinheiro Andrade, Mayara Oliveira dos Santos, Raffaella Bertoni Cavalcanti Teixeira, Ytalo Galinari Henriques Schuartz |
Resumo |
As fraturas estão dentre as consequências mais comuns dos traumas em equinos. Nos membros pélvicos, destaca-se a ocorrência de fratura da crista da tíbia, devido a fatores como: ossificação fisária tardia, entre 36 a 42 meses de vida; formato anatômico proeminente e amplo, além de ser local de inserção dos ligamentos patelares, sendo assim, quando tem-se a tensão do músculo quadríceps femoral, há também o tensionamento da patela, que acaba por transmitir o impacto para os ligamentos, provocando avulsão na crista tíbial. Com base nisso, objetivou-se com esse estudo, relatar o caso de um equino macho da raça Mangalarga marchador, de dois anos, 330 quilos que chegou ao hospital apresentando uma ferida no joelho há 60 dias e um quadro de claudicação grau quatro em membro pélvico direito. Como manejo anterior na propriedade foi realizado a limpeza da ferida e aplicação Unguento®, além da administração de Ceftiofur 2.2mg/kg, 2 vezes ao dia, por 10 dias. Além do exame físico geral, foi preconizada a realização de hemograma, ambos não apresentaram alterações notáveis. Ao ser encaminhado para exame radiográfico, na projeção lateromedial da articulação femorotibiopatelar, foi constatado fratura na crista da tíbia. Realizou-se também a fistulografia contrastada, visando conhecer a extensão da ferida e confirmando que não havia acometimento de estrutura sinovial. O animal foi encaminhado para procedimento cirúrgico para a retirada do fragmento ósseo. O protocolo anestésico realizado foi: Detomidina (0,02 mg/kg) como medicamento pré-anestésico, Éter Gliceril Guaiacol (EGG) a 10% em um total de 330ml e Cetamina (2 mg/kg), a manutenção foi realizada mantendo em infusão continua de EGG a 5%, Xilazina 2,5g (0,1 mg/ml) e Cetamina 5g (1 mg/ml), ajustando-se a dose de infusão de acordo com o plano anestésico desejado, e bloqueio local com 10 mL de Lidocaína 2%. Após a retirada do fragmento, instituiu-se como tratamento pós-operatório, a administração de Fenilbutazona intravenosa (4,4 mg/kg) uma vez por dia durante 3 dias, Doxiciclina (10 mg/kg) via oral duas vezes ao dia durante 30 dias e limpeza do local com gaze embebida em iodo 10%. O animal recebeu alta, com a indicação de continuidade do uso do antimicrobiano e recomendou-se a suspensão das atividades atléticas durante sessenta dias. Além disso, iniciou-se a realização de exercícios controlados, sendo este realizado sob a forma de caminhadas diárias, ao passo e durante 15 minutos. O animal retornou para atendimento após dois meses da primeira consulta e não apresentava claudicação. |