Resumo |
O gênero Cratylia pertence à família das fabáceas e C. argentea é uma espécie arbustiva, nativa do Brasil e pode contribuir para a conservação do solo, recuperar áreas degradadas, além de possuir excelentes características como forrageira. Este trabalho objetivou avaliar a produtividade de matéria seca e teor de nitrogênio em plantas de C. argentea na região da Zona da Mata mineira ao longo de uma estação de crescimento. O experimento foi conduzido na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão (UEPE) – Horta Velha do Departamento de Agronomia da UFV, em Viçosa, MG, Brasil. As sementes foram doadas pela Embrapa Milho e Sorgo por meio do projeto de Transição Agroecológica – Geração de Conhecimento e Tecnologias para o Redesenho dos Agroecossistemas. As mudas foram produzidas em casa de vegetação e foram transplantadas aos 116 dias após a semeadura. Aos 60 dias após o transplante foi feita uma poda de uniformização na altura de 40 cm. Foram avaliados quatro períodos de crescimento (60, 120, 180 e 240 dias) após a poda de uniformização. Em cada um destes períodos, duas plantas por parcela foram amostradas, sendo que os cortes foram realizados rente ao solo. O material coletado foi separado em três frações: folhas, caules e inflorescências. As amostras foram acondicionadas em estufa de ventilação forçada a 60 ºC, até atingirem massa constante. Os valores resultantes da pesagem das folhas, caule e inflorescência seca foram somados para a obtenção da matéria seca. Para a determinação do teor de nitrogênio total foi utilizado o método Kjehldal. As amostras secas em estufa foram moídas em moinho de facas tipo Willey utilizando peneira de 20 mesh. A produção de matéria seca de plantas apresentou ponto máximo de acúmulo, segundo a regressão, aos 212 dias após o corte de uniformização, com valores de 445 g planta-1. Aos 240 dias, observou-se uma redução da matéria seca, com o valor de 427 g planta-1. Os teores médios de N na massa da C. argentea foi de 2,09 a 1,4 % aos 60 e aos 240 dias, respectivamente. O teor de N na planta inteira diminuiu à medida que a planta se aproximou do período reprodutivo, ocasionado principalmente pelo aumento do acúmulo de caules na planta. Conclui-se com este estudo que plantas de C. argentea são capazes de produzir 445 g de matéria seca planta-1, o que representa valores da ordem de 17,8 t ha-1 (40.000 plantas ha-1) quando cortada aos 212 dias e, considerando que os valores de N da planta inteira estão na ordem de 2% há potencial como planta para adubação verde e também como planta forrageira na região da Zona da Mata Mineira. |