Resumo |
Inibidores de protease (IPs) são mecanismos de defesa natural de plantas. No entanto, em detrimento da coevolução, os herbívoros desenvolveram estratégias em várias camadas para lidar com os IPs das plantas, como por exemplo: super expressão de proteases, expressão de proteases insensíveis aos IPs, degradação de IPs. Por esse motivo, a aplicação dessas moléculas na agricultura moderna ainda é muito limitada. No entanto, inibidores de proteases proteicas não vegetais, como PIs de mamíferos, fungos, bactérias e outros artrópodes e, mesmo peptídeos sintéticos racionalmente projetados, podem ser uma centelha de luz para otimizar essa abordagem para o controle de herbívoros. Neste trabalho nós comparamos atividade proteolítica e avaliamos parâmetros de digestibilidade de larvas de A. gemmatalis expostas à dois inibidores BPTI e SKTI, sendo o primeiro extraído de pâncreas bovino e o segundo da soja. Acreditamos que a exposição de A. gemmatalis ao BPTI pode causar maior impacto no fitness larval do que inibidores que evoluíram intimamente com o inseto, como o SKTI. Trinta larvas foram individualizadas em células quadradas (5 x 5 cm), alimentadas com dieta artificial e mantidas em uma sala com condições controladas, ou seja, 25 ± 2 °C, 70 ± 10% de umidade relativa e 14 h de luz: 10 h de escuridão fotoperíodo. Após atingirem o quinto instar, os insetos ficaram sem comida por 12 h e foram submetidos a três tratamentos diferentes: (a) dieta artificial sem inibidor de protease (dieta controle); (b) dieta artificial contendo BPTI (30 mM) e (c) dieta artificial contendo SKTI (30 mM). Cada tratamento consistiu em 10 larvas de quinto instar alimentando-se ad libitum durante 24 h. A atividade da tripsina foi fortemente reduzida após 24 h de exposição de larvas de A. gemmatalis ao BPTI. As larvas expostas ao SKTI mostraram atividades semelhantes ao grupo controle. O ganho de peso larval durante 24 h não diferiu entre as larvas expostas ou não ao BPTI e SKTI. O consumo da dieta foi semelhante entre as larvas que se alimentaram com as dietas controle e BPTI. No entanto, as larvas expostas ao SKTI aumentaram ligeiramente o consumo da dieta em comparação com as demais. A produção de fezes foi menor nas larvas alimentadas com dietas BPTI. Embora BPTI seja capaz de reduzir severamente a atividade de tripsina de A. gemmatalis em 24 h, os parâmetros biológicos são similares. No entanto, futuros trabalhos com exposição crônica podem mostrar resultados diferentes. |