"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15530

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, FAPEMIG, Outros
Primeiro autor Moana Teixeira Rothe-Neves
Orientador CARLOS FRANKL SPERBER
Outros membros Álvaro Domingues Ataide, Ana Dária Leite Viana, FREDERICO FALCAO SALLES, Frederico Fernandes Ferreira
Título Impacto do rompimento da barragem da SAMARCO na estrutura de Macroinvertebrados Bentônicos do rio Doce
Resumo O rompimento da barragem da SAMARCO, em Mariana (MG), resultou no maior desastre ambiental do Brasil e um dos maiores desastres sócio-técnicos do mundo, liberando um volume de 34 milhões de m³ de rejeitos de mineração, água e materiais utilizados em sua construção, causando diversos impactos socioeconômicos e ambientais na bacia. Dentro dos rios habitam invertebrados bentônicos (no fundo do rio), com diferentes funções ecológicas, densidades e diversidades, conforme o local. Sua distribuição é determinada pela qualidade e disponibilidade de recursos alimentares, tipo de sedimento, tipo de substrato, temperatura do meio, concentração de oxigênio dissolvido, gás sulfídrico e correnteza da água. Os Oligochaeta são um grupo de macroinvertebrados bentônicos que vivem em contato direto com o sedimento do fundo dos rios, se alimentando de matéria orgânica presente nesse sedimento. Esses animais podem absorver metais como o chumbo, presentes no sedimento, e são susceptíveis à bioacumulação desse metal em seu organismo, causando intoxicação em seus predadores. Nesse trabalho investigamos o efeito do rejeito sobre os macroinvertebrados bentônicos do rio Doce. Testamos as hipóteses de que o rejeito reduziu (i) a abundância e (ii) a diversidade de macroinvertebrados bentônicos; (iii) a resposta de oligoquetos se distinguiu dos demais. Ajustamos modelos lineares generalizados mistos (GLMM), com distribuição Poisson, localidade da coleta como intercepto aleatório. Para avaliar o efeito do rejeito, comparamos 12 locais com rejeito, ao longo de afluentes e do rio Doce, e 10 locais sem rejeito, em afluentes do rio Doce. Em cada local foram feitos 11 transectos (amostras). Utilizamos o número de indivíduos (abundância) e número de famílias (diversidade) de macroinvertebrados, e abundância de oligoquetas, como variáveis resposta. A abundância de macroinvertebrados foi menor nos locais com rejeito (x2=126.58, g.l.= 1, P < 2.2-16), mas nem a diversidade de macroinvertebrados (x2=0.13, g.l.=1, P= 0.71, n.s.), nem a abundância de Oligochaeta (x2=1.24, g.l.=1, P=0.26, n.s.), diferiram entre locais. Não detectamos efeito do rejeito sobre a relação entre diversidade e abundância (x2=2.84, g.l.=1, P=0.091, n.s.): a diversidade aumentou com a abundância independente da presença de rejeito (x2=143.16, g.l.=1, P=< 2.2-16). Nossos resultados mostraram que o rejeito proveniente da barragem da SAMARCO reduziu a diversidade de macroinvertebrados do rio Doce, através da redução da abundância destes organismos. O próximo passo é avaliar quais fatores geram a redução na abundância, e avaliar se a composição de espécies é alterada pela passagem do rejeito.
Palavras-chave rio Doce, Macroinvertebrados Bentônicos, diversidade
Forma de apresentação..... Painel
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