Resumo |
O coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), agente etiológico da COVID-19, é um vírus de RNA fita simples de senso positivo, pertencente à família Coronaviridae, do gênero Betacoronavirus. A atual pandemia de COVID-19 é um problema de saúde pública mundial, devido à significativa capacidade de disseminação do vírus, culminando em um elevado número de pacientes infectados, altas taxas de mortalidade e consequente sobrecarga dos sistemas de saúde. Partícula semelhante a vírus (do inglês Virus Like Particle -VLP) é uma nanoestrutura composta pelas principais proteínas estruturais de um vírus. Esta estrutura possui capacidade de automontagem devido às interações intermoleculares das proteínas que a compõe. A VLP assemelha-se ao vírus original em características moleculares e morfológicas, entretanto, não é infecciosa e nem replicante devido à falta do material genético viral. Logo, a VLP é uma tecnologia promissora, uma vez que por manter as características originais do vírus de interesse, sua imunogenicidade e especificidade são garantidas, bem como sua segurança. Apesar da disponibilidade de vacinas para a COVID-19, aponta-se a necessidade da pesquisa de novos candidatos vacinais com diferentes abordagens tecnológicas, assim como o desenvolvimento de testes diagnóstico mais precisos e rápidos, principalmente com a constante identificação de variantes, com um perfil de infecção mais agressivo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão e o perfil antigênico de partículas semelhantes a vírus do SARS-CoV-2, obtidas através da co-transfecção em células Vero. Para a obtenção das VLPs, quatro plasmídeos contendo as sequências das proteínas estruturais do SARS-CoV-2, proteína Spike (S), de Membrana (M), do Envelope (E) e do Nucleocapsídeo (N), foram utilizados para co-transfecção em células Vero (ATCC® CCL-81TM). Após 48 horas, o sobrenadante foi recolhido e as VLPs ali presentes passaram por uma clarificação por centrifugação a 1000 rpm, 4ºC por 10 minutos e 2000g, 4ºC por 10 minutos. Posteriormente, as VLPs foram ultracentrifugadas em um colchão de sacarose 20% e os pellets ressuspendidos em água MilliQ estéril. As VLPS foram confirmadas por microscopia eletrônica de transmissão e seu perfil antigênico avaliado por Western Blotting e Elisa, utilizando soro de paciente positivo para COVID 19, como anticorpo primário. Os resultados indicaram que as VLPs oriundas da co-transfecção em células Vero apresentaram estrutura e morfologia semelhantes ao vírus original. A avaliação do perfil antigênico, indicou reação antígeno-anticorpo positiva entre as VPLs e o soro de pacientes infectados com SARS-CoV2. Logo, as partículas semelhantes a vírus do SARS-CoV-2 apresentam-se como uma abordagem promissora, necessitando de estudos posteriores para que futuramente possam ser amplamente utilizadas como candidatos vacinais e em testes diagnósticos rápidos. |