ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Pós-graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Letras |
Setor | Departamento de Letras |
Bolsa | CAPES |
Conclusão de bolsa | Não |
Apoio financeiro | CAPES |
Primeiro autor | André Luiz Godinho Aguiar |
Orientador | ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS |
Título | Permanências do Naturalismo e sentido de Brasil nas paisagens de Ana Paula Maia |
Resumo | A tradição literária Naturalista é derivada do movimento Realista — ambos como formas de superar as caracterizações mitificadas da arte da época (natureza como refúgio, o amor como fatalidade, a mulher como musa, o herói como prometeu, a nação como tradição). Acreditando no pensamento Determinista — a certeza subjacente de um destino irreversível para cada pessoa, de acordo com seu meio, raça, temperamento, classe social —, havia grande preocupação pela descrição das paisagens onde a história acontecia, mostrando a relação entre cenário e personagem, um como o reflexo do outro. Aluisio Azevedo, Adolfo Caminha e outros autores das últimas décadas do século XIX, então, acercaram-se impessoalmente dos objetos, influenciados pelo método científico, eliminando contaminações subjetivas. Suas narrativas caracterizavam ambientes e pessoas com o objetivo de retratar de forma documental sua época, assemelhando a literatura à fotografia e sua ideia de “revelação literal”, que estava no imaginário da população e nos padrões estéticos do século. Dessa forma, a imagem poética passou a ser absorvida e fixada enquanto certeza e autenticidade, mesmo que, não raras vezes, acarretasse em uma deformação da imagem do “outro” a partir do medo, do preconceito e do sentimento de superioridade da classe dominante. Ou seja, o Naturalismo participa de estereótipos ao mesmo tempo que é lido como uma manutenção da identidade do Brasil, uma segunda natureza da cultura e sua constituição como nação. Jamais superado, o Naturalismo se tornou uma fantasmagoria em nossa história, um espectro estético recorrente, presente em diversas épocas. Nos últimos anos, a escritora brasileira Ana Paula Maia, autora de nove romances e novelas e um livro de contos, passou a adotar o que chama de "tom naturalista" em suas obras, cujos personagens principais são sempre homens insensibilizados por jornadas de trabalho exasperantes, moradias indignas e poucas possibilidades de mudança social. Sua produção também se pauta pela fragilização dos limites entre a cultura de elite e a estética de massa e seu Naturalismo também não tem especificações que situem seus personagens em um local certo, tratando o território brasileiro à sua maneira. Se o Naturalismo tornou-se uma versão quase oficial da nossa identidade, nos interessa saber qual sentido de Brasil se impõe diante da produção de Ana Paula Maia. Mesmo que ela borre as fronteiras entre o real e o imaginário, é relevante perceber como suas novelas retratam aspectos sociais que podem ser entendidos enquanto Documentalismo. Assim, o trabalho demonstra como seus cenários desertos de aspecto rural, a frequência de imagens relacionadas a poluição e devastação do meio ambiente e objetos comuns do capitalismo avançado, como grandes fábricas, pedreiras e minas, são formas de perceber literariamente a violência, o embrutecimento, a desigualdade, a falta de Estado e infraestrutura e a indiferença do espaço urbano marginal. |
Palavras-chave | Ana Paula Maia, Naturalismo, Literatura contemporânea |
Forma de apresentação..... | Vídeo |
Link para apresentação | Vídeo |
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