Resumo |
Os grãos secos de destilaria (DDG) são coprodutos da indústria do etanol de milho e tem sido utilizados em dietas de bovinos de corte, sendo importante a caracterização de seus parâmetros nutricionais. Para isso, técnicas in situ têm sido utilizadas, dado que, estas permitem obter resultados mais rápidos, além de reduzir custos. Objetivou-se com o presente estudo avaliar os parâmetros de degradação in situ da matéria seca (MS) e da fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) do DDG e desenvolver modelos matemáticos para estimar a digestibilidade in vivo da MS (DMS) e do resíduo de FDN (RFDN) de dietas contendo diferentes níveis de inclusão de DDG, a partir de parâmetros da degradação in situ. Foram utilizados quatro bovinos Nelore machos não castrados (idade = 14 meses; peso corporal = 395 ± 20 kg) canulados no rúmen e distribuídos em delineamento tipo quadrado latino 4x4. As dietas avaliadas foram: dieta sem DDG e dietas com níveis de inclusão de 150, 300 e 450 g/kg (base MS). Cada período experimental teve duração de 17 dias. Entre o 10º e 14º dia de cada período foram realizados os ensaios de degradabilidade in situ do DDG e das dietas. Entre o 15º e 17º foram realizadas as coletas totais de fezes e monitoramento de consumo de MS para cálculo das digestibilidades in vivo. Para a caracterização in situ foram utilizados oito tempos de incubação: 0, 3, 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, sendo o DDG incubado em todos os animais e as dietas somente no animal alimentado com a dieta equivalente. Os dados foram avaliados usando o PROC MIXED, PROC NLIN e PROC REG do SAS (versão 9.4). Os valores observados e preditos pelos modelos foram comparados e o coeficiente de correlação e concordância (CCC) foi usado para indicar o melhor modelo. Foi adotado como nível de significância α = 0,05. Não houve efeito (P > 0,05) da dieta sobre os parâmetros de degradação in situ do DDG, indicando que o alimento pode ser incubado em animais recebendo diferentes dietas. As médias das frações solúvel (a), potencialmente degradável (b) e da taxa de degradação (kd) da MS foram respectivamente 110 g/kg, 707 g/kg e 24,6 g/kg h-1. Para a FDN,as médias das frações b, da taxa conjunta de latência e degradação (λ), fração indegradável (I) e kd foram 763 g/kg, 0,05 h-1, 222 g/kg e 27,7 g/kg h-1. Os modelos matemáticos desenvolvidos para predição das digestibilidades in vivo foram: 1) DMS = 658 + 0.468 × a (CCC = 0,49); 2) DMS = 727.5 + 1.077 × kd (CCC = 0,32); 3) RFDN = 519.1 − 0.291 × b (CCC = 0,90); 4) RFDN = 813.1 − (0.452 × b) − (0.633 × I) (CCC = 0,82); 5) RFDN = 874.3 − (0.602 × b) − (0.805 × I) + (1.662 × kd) (CCC = 0,70). Com base no parâmetro CCC, para se estimar a DMS e o RFDN recomenda-se os modelos 1 e 3 respectivamente. Conclui-se que não há efeito de dieta sobre a degradação in situ do DDG e que é possível se estimar os coeficientes in vivo de DMS e RFDN de dietas contendo diferentes níveis de DDG a partir de modelos matemáticos baseados em parâmetros de incubação in situ. |