Resumo |
A pandemia de COVID-19 se originou em dezembro de 2019, na província de Wuhan, na China. Estima-se que tenha vitimado, até julho de 2021, mais de 4 milhões de pessoas a nível mundial e infectado em torno de 190 milhões. Apenas em solo brasileiro, os números já são superiores a 540.000 óbitos. Diante dessa problemática, a mobilização da comunidade científica internacional e a injeção de capital sem precedentes voltada à mitigação dessa doença determinaram o desenvolvimento de vacinas de forma acelerada e segura. O foco desses imunizantes, tendo em vista seu potencial imunogênico e papel fundamental na infecção, é a proteína spike de SARS-CoV-2. Enquanto principal alvo dos anticorpos neutralizantes, a glicoproteína S é responsável pelo reconhecimento dos receptores ACE2 nas células humanas e pela decorrente fusão, sendo uma das quatro proteínas componentes do capsídeo viral. Assim, este trabalho objetiva a produção de um antígeno vacinal a partir da expressão heteróloga dessa proteína em Pichia pastoris KM71H, sistema que se destaca pelos baixos custos e alto rendimento envolvidos. Para tal, foi realizada a transformação de bactérias Escherichia coli Top10F competentes, cultivadas em meio LB acrescido de zeocina (25µg/ml), para fins de replicação plasmidial. Em seguida, a inserção por choque térmico do plasmídeo pPICZαA_S_CV19 foi confirmada via PCR, gerando um amplicon de 322 pb. Para inserção em eucarioto, o DNA plasmidial sofreu linearização por meio da enzima de restrição SacI. Posteriormente, células de P. pastoris foram crescidas em meio YPD (zeocina 100µg/ml) e, após eletrocompetência, transformadas por eletroporação. A amplificação por PCR ratificou o sucesso da clonagem. Colocam-se aqui como perspectivas do projeto os experimentos com a levedura transformada induzida com metanol, o qual servirá como única fonte de carbono devido ao promotor AOX inserido em seu gene. A expressão e a secreção da proteína spike, após confirmação por Western blotting, possibilitarão a avaliação imunogênica desse antígeno, que se impõe como potencial estratégia para o desenvolvimento de uma vacina em plataforma integralmente brasileira. |