Resumo |
Arracacia xanthorrhiza Bancroft, conhecida popularmente por mandioquinha-salsa ou batata-baroa, é uma das principais representantes da família Apiaceae. A propagação da espécie se dá vegetativamente, o que dificulta a produção de mudas para novos plantios. Além disso, por ter um ciclo de cultivo relativamente longo, a cultura é exposta a diversos tipos de patógenos ao longo do cultivo, diminuindo a qualidade fitossanitária das mudas produzidas. Existe demanda no mercado para expansão dos cultivos dessa hortaliça, mas não há disponibilidade de mudas para tal. Nesse sentido, a produção de mudas via micropropagação pode ser uma alternativa viável. Os poucos trabalhos publicados sugerem que a embriogênese somática pode ser via regenerativa ideal, possibilitando a produção de mudas com alto padrão genético e fitossanitário, o que seria um grande diferencial no mercado. Entretanto, apesar da embriogênese somática ter sido obtida, um protocolo comercial ainda não está disponível. No presente trabalho buscou-se estabelecer e otimizar um protocolo de propagação via embriogênese somática para a mandioquinha-salsa. O material vegetal foi introduzido in vitro à partir de ápices caulinares de mudas provenientes do cultivo em campo. A plantas obtidas foram mantidas e multiplicadas em meio MS. Para indução de calejamento, explantes foliares foram cultivados em meio MS acrescido de 30 g L-1 de sacarose, 0,453 μM de ácido diclorofenoxiacético (2,4D) e 8 g L-1 de ágar. Os calos obtidos foram mensalmente recultivados e mantidos nesse mesmo meio. Para indução de embriogênese, segmentos dos calos foram recultivados em meio MS na metade da força, sem 2,4-D, gelificado com 5,5 e 8 g L-1 de ágar, ou 2,3 g L-1 de Phytagel. Embriões somáticos produzidos foram individualizados e cultivados em meio para germinação. A introdução in vitro se mostrou bastante difícil e, de um total de 114 ápices inoculados, cerca de 95% foram perdidos devido à contaminação, provavelmente endógena, indicando que a desinfestação das plantas provenientes do campo ainda é um obstáculo a ser vencido. Apenas um calo, no tratamento com Phytagel, tornou-se embriogênico. A indução de embriogênese e o tempo para diferenciação dos embriões não foi compatível com dados publicados, levando cerca de 215 dias para a diferenciação de embriões, os quais não se desenvolveram após transferência para meio de germinação. Além do tempo para a indução, a frequência de calos embriogênicos, número de embriões induzidos e desenvolvimento desses precisam ser melhorados. Novos experimentos estão sendo desenvolvidos visando a otimização e o pleno estabelecimento de um protocolo economicamente viável. |