Resumo |
A ampliação do uso da internet contribuiu para a popularização das redes sociais, serviços que permitem interação síncrona e troca de informações. Com os jovens passando cada vez mais tempo on-line, esses espaços também se tornam palco de explorações românticas, busca de informações sobre saúde sexual e agendamento de encontros. Especialmente para as sexualidades dissidentes, marginalizadas dos processos de educação em sexualidade formais das escolas, a internet se constitui como espaço para busca de informações e encontro com seus pares. Nesse hall de sexualidades, a subcultura kink, ligada a práticas, atividades e identidades sexuais fetichistas, encontra nas redes sociais espaços possíveis para uma expressão mais aberta e relativamente livre do estigma vivenciado em outros ambientes sociais, propiciando a formação de comunidades on-line e a utilização das redes com a finalidade sexual. A partir da Teoria da Subjetividade, assume-se a sexualidade e sua expressão enquanto dimensões subjetivamente constituídas, integrando sentidos subjetivos construídos a partir dos diferentes espaços pelos quais o sujeito transitou e transita, das experiências vividas, das realidades simbólico-sociais. Voltando-se o olhar para a rede social Instagram, busca-se neste trabalho compreender como os jovens kinksters produzem sentidos acerca da sua sexualidade nessa rede social. Nesta pesquisa em andamento, a produção das informações baseia-se na Metodologia Construtivo-Interpretativa, utilizando como instrumentos a entrevista por meio de dinâmicas conversacionais e o complemento de frases. Os resultados parciais em torno do primeiro estudo de caso possibilitaram construções acerca da subjetividade do participante, um jovem de 26 anos pertencente aos grupos kink Age Play e ABDL (Adult Baby Diaper Lover). Alguns dos indicadores de sentidos subjetivos tecidos evidenciam a valorização e importância para ele da criação de espaços relacionais privados e seguros, seja on-line ou off-line; e a sensação de pertença à sua comunidade, imprimindo nele o auto reconhecimento e favorecendo uma visão positiva de si. |