Resumo |
Os impactos ambientais e problemas de saúde pública provenientes da poluição gerada por combustíveis fósseis tornaram a busca por fontes alternativas de combustíveis indispensável no cenário mundial moderno. Dentre essas, o biodiesel surge como uma opção rentável, pois possui vantagens como biodegradabilidade, renovabilidade e maior eficiência de combustão. Uma das matrizes oleaginosas utilizadas para a fabricação de biodiesel é a microalga, microrganismo unicelular fotossintético capaz de viver em ambientes de água doce e salobra. O conteúdo lipídico de microalgas é variável, entre 15 % a 55 % do peso seco da biomassa, podendo evoluir por meio de estresse no cultivo. Como a produção de biodiesel possui eficiência atrelada à composição lipídica, os ácidos graxos (principais constituintes das moléculas lipídicas neutras e polares), são responsáveis diretos pela produção e qualidade final do biodiesel. A escolha do melhor método e solvente para extração dos lipídeos da microalga, é intrínseca à eficiência total do processo. Um solvente ideal deve possuir um alto nível de especificidade para lipídeos intracelulares, deve penetrar na matriz celular e ser insolúvel em água, barato e atóxico. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo extrair lipídeos da biomassa da microalga Chlorella pyrenoidosa, utilizando os métodos de Soxhlet e Bligh e Dyer, com diferentes solventes, para uso na produção de biodiesel. A biomassa de C. pyrenoidosa (SantosFlora) foi obtida comercialmente e mantida em congelamento ao abrigo de luz. Para quantificação do óleo a partir da biomassa da microalga foram feitas extrações utilizando clorofórmio, éter de petróleo e hexano (Soxhlet), e a mistura clorofórmio e metanol (1:2) (Bligh e Dyer), sendo este fracionado em dois ensaios: um contendo solução salina (A) e outro contendo água (B). Após as extrações, os frascos com óleo foram pesados. O rendimento de extração (%) para o método de Soxhlet foi de 25,10 ± 0,36 com emprego do clorofórmio; 15,89 ± 3,06 do éter de petróleo e 13,23 ± 0,86 do hexano. Para o método Bligh e Dyer foram de 18,75 ± 0,13 para clorofórmio: metanol (A); e 16,68 ± 0,59 para clorofórmio: metanol (B). Para o método Soxhlet, o melhor rendimento lipídico foi obtido utilizando clorofórmio, seguido pelo éter de petróleo e hexano, devido às diferenças de polaridade e constante dielétrica. Para o método Bligh e Dyer, o rendimento foi maior para o ensaio A. O alto rendimento do Soxhlet se dá devido ao refluxo de solvente, enquanto o menor rendimento do Bligh e Dyer justifica-se pelo menor tempo de extração e uso de solvente. A biomassa de C. pyrenoidosa apresenta-se como fonte de lipídeos com potencial aplicação em grande escala para a produção de biodiesel, sendo Soxhlet o método com maior rendimento de extração da biomassa, e Bligh e Dyer o que apresentou menores custos energéticos. |