Resumo |
O arsênio é um metaloide encontrado naturalmente na água, solo e ar. A contaminação por arsênio pela água de beber, tanto em altas quanto baixas concentrações, pode levar a diversos problemas de saúde, podendo causar disfunções neurológicas, endócrinas e reprodutivas. Ainda não está totalmente elucidado quais são os danos produzidos pelo metal na saúde reprodutiva masculina. Assim, nosso objetivo foi avaliar as possíveis consequências da exposição ao arsenito de sódio em diferentes concentrações sobre parâmetros morfofuncionais epididimários e espermáticos de ratos Wistar. Para isso, 30 machos adultos (70 dias de idade) foram divididos em três grupos (n = 10/grupo): Grupo Controle: animais receberam água filtrada; Grupo As1: os animais receberam solução de arsenito de sódio na concentração de 1mg L-1 e no Grupo As2: receberam solução de arsenito de sódio na concentração de 10mg L-1. Após o período de tratamento de 56 dias, os animais foram pesados e eutanasiados (CEUA 81/2018). Os epidídimos foram dissecados, pesados, seccionados em suas regiões (segmento inicial, cabeça, corpo e cauda) e processados para análises histopatológicas e de estresse oxidativo. Espermatozoides foram recuperados da cauda do epidídimo e avaliados quanto à motilidade. Os resultados foram submetidos à ANOVA e comparados pelo Teste de Tukey ao nível de P = 0.05. Nossos resultados mostraram que todas as regiões do epidídimo, tanto de animais controle quanto de ratos expostos às duas concentrações de arsenito, apresentaram arquitetura tecidual normal. Contudo, houve pequena diminuição na quantidade de espermatozoides no lúmen do epidídimo do segmento inicial e corpo nos animais dos grupos As1 e As10, bem como na região da cabeça nos animais do grupo As10 (P < 0.05). A atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase e glutationa S-transferase nas regiões epididimárias não diferiu entre animais dos grupos As1 e As10 e ratos do grupo controle (P > 0.05). A atividade da catalase foi menor em animais dos grupos As1 e As10 em relação aos animais do grupo controle (P < 0.05). O percentual de espermatozoides móveis foi menor em animais do grupo As10 que animais dos grupos controle e As1 (P < 0.05). Concluímos que a exposição ao arsênio nas concentrações de 1 e 10 mg L-1 provocou redução da quantidade e motilidade espermática, sem alterar a histologia epididimária. Esta se manteve íntegra mesmo com alterações na atividade da enzima antioxidante catalase. |