Resumo |
As políticas públicas brasileiras no contexto do federalismo, vem indicando a maior responsabilidade das esferas federativas, especialmente as municipais, na implementação dessas políticas. Para o diagnóstico dos cenários no desenho de políticas e tomada de decisões quanto a investimentos a serem realizados, um dos indicadores importantes é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede o bem-estar da população, por meio de critérios associados à educação, longevidade e renda. O objetivo desta proposta de pesquisa foi realizar uma leitura técnica dos municípios da Zona da Mata mineira (MZMM), considerando o desenvolvimento humano e social da população, por meio do IDHM-Educação, IDHM-Longevidade e o IDHM-Renda. Metodologicamente, a pesquisa pode ser classificada como descritiva por descrever características de uma determinada população ou fenômeno (GIL, 2002). Quanto às estratégias metodológicas, a pesquisa é quantitativa por ser dotada de uma série de técnicas envolvendo processamento e classificação numérica e hierárquica. Para tanto, verificou-se os dados do IDHM dos 142 municípios da Zona da Mata mineira, agrupados, conforme IBGE (2010), em sete microrregiões: Ponte Nova (18 municípios), Manhuaçu (20 municípios), Viçosa (20 municípios), Muriaé (20 municípios), Ubá (17 municípios), Juiz de Fora (33 municípios) e Cataguases (14 municípios) Os resultados demonstraram que a média do IDH-M das microrregiões dos MZMM encontrava-se entre 0,6990 (microrregião de Cataguases) a 0,6340 (microrregião de Viçosa). Constatou-se que seis municípios da região possuíam alto desenvolvimento, como: Juiz de Fora (0,7780), Viçosa (0,7750), Cataguases (0,7510), Muriaé (0,7340), Ubá (0,7240), Ponte Nova (0,7170), de acordo com os dados do IDHM de 2010. Somente o município de Manhuaçu (0,6890) se encontra na faixa de desenvolvimento médio. Já as cidades da Zona da Mata mineira estavam, em sua grande maioria (77,5%), na faixa de médio desenvolvimento, enquanto em seis municípios o desenvolvimento humano era baixo; ou seja, em 4,2% dos municípios da região. Evidenciou-se que o IDHM dos MZMM, de uma forma geral, é considerado como de desenvolvimento médio. Conclui-se que, de modo geral, os dados apresentados permitiram uma visão ampla da realidade estabelecida na região da Zona da Mata Mineira, ao evidenciarem um cenário de preocupante de vulnerabilidade, presente nos municípios pesquisados. Além disso, indicadores desenvolvimento humano do IDHM de muitos municípios estão abaixo das médias utilizadas como parâmetros para medição dos dados, fato que pode estar relacionada em algum grau com o desenvolvimento econômico da região. Dessa forma, pela leitura técnica, pode-se afirmar que que existe uma heterogeneidade no que se refere aos aspectos demográficos, econômicos e sociais da região, sendo que a maioria dos indicadores de desenvolvimento humano não apresenta valores significativos. |