Resumo |
A carne suína é uma das principais fontes de proteína animal em todo o mundo, sendo o Brasil o quarto maior produtor e exportador dessa commodity. Nesse contexto, o aumento do número de doenças virais infecciosas tornou-se uma grande preocupação para a suinocultura, podendo acarretar sérios prejuízos econômicos e sanitários. Em 2015, um novo vírus, denominado de Porcine circovirus 3 (PCV3) foi identificado nos Estados Unidos e sua ocorrência foi associada com aumento de mortalidade, diminuição da taxa de concepção, distúrbios respiratórios e outros sinais clínicos inespecíficos. Desde então, a detecção do PCV3 em rebanhos suínos vem aumentando em todo o mundo, uma vez que devido a sua recente descoberta, sua patogenicidade ainda não é totalmente compreendida. Nesse sentido, a realização deste estudo busca identificar, por meio da técnica de qPCR, a presença de DNA de PCV3 em granjas comerciais e suínos no Brasil e demonstrar uma possível associação do vírus com problemas de saúde e falhas reprodutivas. Foram coletadas 386 amostras de soro suíno entre 2018 e 2019 em 10 fazendas do Paraná, Brasil. As propriedades reportaram enfermidades nos animais tais como encefalite, artrite, perda de peso e diarreia. Por meio da técnica de qPCR foi detectado um total de 158 amostras positivas para PCV3, das 386 amostras coletadas, indicando uma prevalência de 40,93% (158/386) de amostras positivas para a presença do vírus nas propriedades avaliadas. O menor valor encontrado foi de 15,63% (5/32) e o maior valor representando 66,67% (32/48) dos animais avaliados como portadores de PCV3. A prevalência foi de 100% quando se avaliou a presença de PCV3 nas propriedades investigadas. Os resultados mostraram que a PCR em tempo real é um método sensível e específico para detecção de PCV3 em amostras de soro e pode ser usado para monitorar a presença de PCV3 a campo, consistindo como uma possível ferramenta para monitoramento do status de saúde das granjas. Ademais, ainda são necessários mais estudos para entender sobre a infecção por PCV3, seu potencial patogênico e sua possível relação com falhas reprodutivas e o papel de outros possíveis patógenos em quadros de artrite, endocardite, pneumonia, rinite e abortos. |