Resumo |
No Brasil, encontram-se extensas áreas com monoculturas de gramíneas, sendo o manejo inadequado das pastagens a principal causa da degradação. Portanto, uma prática para sustentabilidade, é a adoção de consórcio de gramínea e leguminosa. Este trabalho é parte de dados de uma pesquisa, em que objetivou-se estudar o fluxo de gases de efeito estufa (GEE’s) em pastos de capim-braquiária em monocultivo, capim-braquiária consorciado com amendoim forrageiro e em área de solo descoberto. Na área experimental, foram realizadas calagem, adubações de plantio e de manutenção, exceto a nitrogenada, de acordo com resultados de análise de solo e exigências nutricionais das plantas. O estudo foi conduzido no delineamento em blocos casualizados, com três tratamentos e quatro repetições. Foram avaliadas amostras de GEE's obtidas de duas câmaras estáticas, instaladas em cada piquete, na época chuvosa e seca, em dois anos, com pluviosidades de 935 e 807 mm, respectivamente. Cada um dos 12 piquetes tinha área de 72 m² (6x12 m) e o amendoim forrageiro consorciado foi plantado em linhas espaçadas de 50 cm. O manejo do pastejo foi realizado com ovelhas, nas alturas de pré e pós-pastejo de 20 e 10 cm, respectivamente. As câmaras de cloreto de polivinil, com 0,25 m de altura e 0,30 m de diâmetro, foram acopladas a anéis enterrados à profundidade de 0,05 m no solo. Antes da amostragem, as câmaras eram fechadas, de modo que as mudanças de concentração dos gases, nos períodos de 0, 30, 60 e 120 minutos, após o fechamento das câmaras, pudessem ser mensuradas. Os dados foram expressos em equivalente carbono e observaram-se efeitos de tratamento, de período e de ano, para o fluxo de C-CO2 do solo. O menor fluxo foi observado no solo descoberto (0,6069 mg m² h-¹), não encontrando-se diferença entre monocultivo e consórcio (1,2831 vs. 1,6531 mg m2 h-¹). Observou-se maior fluxo de C-CO2 durante a época chuvosa em relação a época seca (1,4683 vs. 0,8938 mg m² h-1), e, maior fluxo de C-CO2 no ano 1 em relação ao ano 2 (1,4524 vs. 0,9067 mg m² h-1). Para o fluxo de C-CH4 do solo, não observou-se efeitos de tratamento, de período, nem de ano, cuja média obtida foi 0,0000322 mg m² h-1. A maior emissão de C-CO2 na época chuvosa do ano pode ser atribuída à maior respiração de micro-organismos presentes no solo, pois a umidade no solo favorece o crescimento desses (Cardoso et al., 2020). Durante o período seco, a temperatura média foi 18,86°C, enquanto que no período chuvoso foi 23,07 °C, logo, a maior temperatura na época chuvosa também explica o maior fluxo de C-CO2 nesta época. Neste estudo, não encontrou-se redução de GEE’s com o consórcio. Portanto, conclui-se que o fluxo de C-CO2 é maior no período chuvoso e também no ano que apresenta maior pluviosidade. Já o fluxo de C-CH4 não variou em função das fontes de variação estudadas. |