"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15284

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Saúde coletiva
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa PIBEX
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro UFV
Primeiro autor Abilene de Sá Barbalho
Orientador MARIA APARECIDA DUARTE LOPES
Outros membros CRISTIANE MAGALHAES DE MELO, Rita Maria de Souza
Título Rede protetiva Casa das Mulheres: observatório da violência contra a mulher
Resumo O Programa Casa das Mulheres, foi criado em 2009, coordenado pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero/UFV, em um trabalho conjunto entre a Defensoria Pública de Minas Gerais-Comarca de Viçosa e o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres. Desenvolvido com intuito de romper a lacuna da inexistência de políticas de enfrentamento à violência, viabilizando o atendimento e outras ações, por meio da organização de uma rede de serviços não especializados no enfrentamento à violência doméstica, familiar e de gênero. Tendo como referências os estudos feministas, gênero e o Plano Nacional de Políticas para Mulheres. Financiado pelo PROEXT/MEC entre 2009-2016 e 2018-2019 pela Prefeitura Municipal de Viçosa, convênio específico. Um dos eixos de atuação do Programa é a produção e análise da informação do sistema oficial de saúde, de forma a ampliar a visibilidade, consolidando o Observatório da Violência Contra a Mulher. O objetivo desse trabalho é apresentar alguns dados, das mulheres atendidas na Rede Protetiva, nos anos de 2018/19, obtidos nos sistemas oficiais de informação da área de saúde (SINAN) e Casa das Mulheres (Anamnese). Os resultados mostram a prevalência da violência física e psicológica (41%, 40%), maioria pardas (37%) e pretas (33%), com até o ensino fundamental incompleto (39%). A violência ocorreu sobretudo no âmbito doméstico (72%), infringida pelo cônjuge/ex-cônjuge (43%), sendo a reincidência de 63% e a principal motivação o sexismo (46%). As informações apresentadas evidenciam que as mulheres estão mais sujeitas à violência em seus lares, por pessoas próximas, com dificuldade no acesso a educação e reforçada, principalmente, pela etnia, caracterizando o ciclo da violência. A reincidência da violência mostra a necessidade de trabalhos educativos com o agressor. A pandemia do COVID-19 evidenciou a fragilidade das políticas públicas de enfrentamento à violência, com a diminuição na procura por atendimento. As dificuldades na produção da informação, nos anos apresentados, deve-se pela desarticulação da Rede Protetiva. A ausência da atuação da Coordenadoria Municipal de Políticas para Mulheres teve como consequência a dificuldade no acesso ao sistema de Segurança Pública (REDS) e a ausência de capacitação dos profissionais de saúde, na produção da ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada de qualidade. A baixa qualidade nos registros fez com que o indicador “ignorado” não foi considerado nos dados apresentados nesse trabalho. Para o ano de 2019 não foi realizada busca ativa no sistema Anamnese, devido a não renovação do convênio pela Prefeitura, encerrando as atividades da Casa das Mulheres. As notificações de 2018 (163) e 2019 (80) em comparação com o ano anterior, 2017 (553), mostram a importância do Observatório na busca ativa e capacitação dos profissionais do campo da saúde e, consequentemente, a produção de informações de qualidade que auxilie na construção de políticas de enfrentamento.
Palavras-chave Gênero, políticas públicas, sistemas de informação
Forma de apresentação..... Vídeo
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