"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15236

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Comunicação
Setor Departamento de Comunicação Social
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Maria Fernanda de Oliveira Ruas
Orientador RENNAN LANNA MARTINS MAFRA
Outros membros Abraão Filipe Marques de Oliveira
Título Comunicação organizacional, poder público e racismo institucional na pandemia da Covid-19: latências na morte do menino João Pedro identificadas no Twitter
Resumo A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar como estéticas da pandemia da Covid-19 revelam modos pelos quais diferenças emergem no contemporâneo e, no mesmo lance, o constituem, em contextos midiatizados. De modo específico, o trabalho tomou, como caso empírico, a problematização do racismo institucional praticado pelo poder público do Rio de Janeiro, identificado no único post feito pela conta do Twitter do ex-Governador Wilson Witzel, referente ao assassinato do menino João Pedro Mattos, de 14 anos, morto no dia 18 de maio de 2020, em um conflito entre polícias (Civil e Federal) e traficantes, na residência de sua tia, em pleno isolamento social motivado pela pandemia. Como referencial teórico, a pesquisa discutiu três grandes noções: 1) dimensões estruturais e institucionais do racismo no contexto das organizações (ALMEIDA (2020), MOREIRA (2017;2020), WERNECK (2016)); 2) comunicação organizacional e estéticas da diferença na identificação de emergências e latências frente ao racismo institucional (BALDISSERA (2007;2009), MAFRA; MARQUES (2017;2019), GUMBRECHT (2010), SILVA; MAFRA (2020)); 3) o Twitter e a emergência de um ambiente relacional entre organizações e públicos (BALDISSERA; VINHOLA (2020), ROSA; RUSSEL (2010), ROSSETTO; CARREIRO; ALMADA (2013), BALDISSERA (2009)). Como metodologia, a pesquisa combinou a abordagem indiciária, proposta por Ginzburg (1989) e discutida por Braga (2008), com a análise do discurso organizacional elaborada por Baldissera e Mafra (2019). Os principais resultados evidenciam que: 1) em relação ao poder público, foi possível identificar a presença de latências no Twitter, expressas diante do pronunciamento oficial do Governador, uma vez que não houve posicionamento público que reconhecesse a instância institucional do racismo na morte do menino João Pedro; dessa forma, é notável a ausência de reconhecimento de uma prática racista exercida pelo Estado, disfarçada por um pronunciamento que aponta comoção e empatia com o assassinato, sem evidenciar o traço institucional do racismo que motivou a morte do garoto; 2) em relação aos públicos, emergências foram identificadas a partir de um endereçamento público de cobranças no Twitter, relacionadas a explicações do que aconteceu com João Pedro; entretanto, a pesquisa demonstrou que a latência reconhecida na única fala oficial do poder público influenciou no modo como a emergência dos públicos ocorreu, atestando o que Almeida (2020) diz, ao afirmar que o racismo institucional é de difícil comoção e reconhecimento nas sociedades modernas, como uma atmosfera (GUMBRECHT, 2014) que nem sempre consegue ser detectada, embora presente no exercício de sua força. Como conclusões, a pesquisa revelou a presença do viés institucionalmente racista nos serviços de segurança pública do estado do Rio de Janeiro, intensificado no contexto da pandemia, colocando em risco a vida de jovens negros em suas diferenças, nos contextos contemporâneos.
Palavras-chave racismo institucional, comunicação organizacional, Twitter
Forma de apresentação..... Vídeo
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