Resumo |
O câncer está associado a diversas alterações nutricionais significativas que interferem diretamente na qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, se faz necessário uma alimentação equilibrada nutricionalmente, o que inclui o aporte necessário de macronutrientes, micronutrientes e a limitação de alimentos ultraprocessados. Essas orientações também são importantes para aqueles que buscam prevenir a doença, mas vale salientar que a limitação do consumo de ultraprocessados é algo distante para diversas pessoas. Esses alimentos estão cada vez mais presentes na rotina dos indivíduos, e de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), uma das formas de se proteger do câncer é evitando o consumo de alimentos ultraprocessados. Entretanto, segundo um recorte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, entre 2002-03 e 2017-18, a disponibilidade calórica de ultraprocessados foi de 12,6% para 18,4% no Brasil, o que evidencia o aumento do consumo desses alimentos e pode influenciar o aumento de casos de câncer no país. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados por pacientes, antes do diagnóstico, com câncer de mama, ovário, útero e próstata. Houve a coleta de dados de 82 voluntários do hospital Nossa Senhora das Dores, localizado em Ponte Nova, Minas Gerais. Foi aplicado um questionário, onde foi informada a história clínica do paciente e o recordatório alimentar habitual anterior ao diagnóstico da doença. No total, foram avaliadas as respostas de 79 voluntários, pois houve perda amostral de 3 formulários por preenchimento incorreto e/ou falta de informações. Após a seleção das informações, foram tabuladas em planilha do Excel 2007 as informações sobre sexo, idade, local do câncer e a porcentagem de calorias presente na alimentação dos voluntários provenientes de alimentos ultraprocessados. Ao avaliar os dados obtidos, constatou-se que a média de calorias dos alimentos ultraprocessados das pacientes que continham câncer de mama foi de 15,31%, com câncer nos ovários foi de 9,89%, de útero foi de 28,30% e do câncer de próstata foi de 6,58%. Percebe-se que o consumo de ultraprocessados entre as pacientes com câncer no útero e na mama antes do diagnóstico era elevado, o que é um fator de risco para o desenvolvimento da doença. Vale salientar, que existem diversos fatores de risco para a carcinogênese e que evitar alimentos ultraprocessados é considerada uma forma de prevenção. Além do mais, essa ação auxilia no tratamento da doença, já que evita o consumo calórico excessivo e a ingestão de aditivos químicos presentes nesses alimentos. Dessa maneira, o consumo de ultraprocessados deve ser limitado com objetivo de manutenção da saúde, visando prevenir doenças como o câncer. |