Resumo |
Em condições comerciais de criação, e em um cenário de intensificação da produção de suínos, os animais são constantemente expostos a condições de desafio sanitário que resultam em menor desempenho e maior variabilidade na resposta produtiva dos animais. Uma alternativa para atenuar os efeitos negativos dos desafios sanitários, consiste na suplementação de aminoácidos especificamente envolvidos na resposta imune. Sendo assim, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito da suplementação de aminoácidos (metionina, treonina e triptofano) na fisiologia e desempenho de suínos em crescimento submetidos a condições de desafio sanitário. Foram utilizados 320 suínos machos castrados com peso vivo médio inicial de ± 30 kg. O período experimental teve duração de 42 dias subdivido em duas fases: crescimento I (1 aos 21 dias) e crescimento II (22 aos 42 dias). Os animais foram alojados em baias coletivas (9 m²/baia) em grupos de 10 animais/baia, em um galpão comercial de suínos em crescimento e terminação. Para a simulação das condições sanitárias, o galpão foi subdivido em duas partes, as quais uma parte foi submetida a boas condições de higiene (limpeza diária e rígido controle de biosseguridade) e a outra destinada a más condições (não realização de limpeza e desinfecção das instalações após prévia ocupação das baias por animais não-experimentais). Os animais receberam dois tratamentos: dieta controle, com relações de 59% Met+Cis:Lis, 65% Tre:Lis e 19% Trp:Lis; e dieta enriquecida, com relações de 64% Met+Cis:Lis, 70% Tre:Lis e 24% Trp:Lis. Para avaliação de desempenho, os animais foram pesados nos dias 1, 22 e 43 do período experimental e o consumo foi avaliado diariamente. A temperatura retal e frequência respiratória foram mensuradas a cada dois dias. As variáveis foram analisadas por meio do procedimento MIXED do SAS, considerando os efeitos fixos das condições de higiene, das dietas experimentais e interação entre os fatores. As médias ajustadas pelo teste de Tukey foram consideradas significativas se P < 0,05. Não houve interação entre condições de higiene e dietas experimentais para as variáveis de desempenho e parâmetros fisiológicos. Durante a fase de crescimento I, animais submetidos a boas condições de higiene tiveram ganho de peso superior quando comparados com animais submetidos a más condições sanitárias (934 vs. 888 g/d; P = 0,03). Não foi observado efeito dos tratamentos na temperatura retal e frequência respiratória. O menor ganho de peso de suínos submetidos a desafio sanitário pode estar associado ao desvio de nutrientes que, ao invés de serem direcionados para o crescimento, são redirecionados para processos de resposta imune. Portanto, animais submetidos a boas condições sanitárias possuem melhores condições para desempenhar seu potencial genético produtivo. |