Resumo |
Apesar da importância da cultura do café, há subprodutos que são descartados. O pergaminho da semente do café pode apresentar potencial uso como matéria prima para a indústria. A caracterização da histologia e composição celular do pergaminho da semente de café é uma primeira abordagem para se avaliar o potencial deste subproduto da cultura e se avaliar o potencial para o aumento de renda do produtor. O pergaminho da semente do café apresenta usos alternativos em potencial. A análise histológica destas amostras pode contribuir para a avaliação destas possibilidades. Este trabalho teve como objetivo avaliar a histologia e composição do pergaminho da semente de café. Amostras do pergaminho de sementes de café foram fixadas em FAA e, em seguida, infiltradas em resina histológica (metacrilato), seccionadas e com os cortes foram preparadas lâminas histológicas coradas com azul de toluidina. Amostras do pergaminho também foram submetidas a dissociação em solução de ácido acético glacial e peróxido de hidrogênio (1:1), mantidas em estufa a 60 oC por dois dias. O macerado foi lavado em água corrente e as células submetidas aos testes histoquímicos para detecção da presença de lignina (floroglucina em meio ácido), vermelho de rutênio (pectinas) e a observação em luz polarizada. As lâminas obtidas foram analisadas e as imagens documentadas em Fotomicroscópio AX70. A dissociação das células do pergaminho da semente de café foi rápida e ocorreu de forma eficiente. O pergaminho é constituído por esclereides que apresentam pontuações simples ramificadas. O comprimento dos esclereides foi em média de 519 µm, com máximo de 1367 e mínimo de 64 µm. A largura média dos esclereides variou menos, com média de 25 µm e espessura média de parede de 12,1 µm. As paredes são espessadas e de acordo com o resultado dos testes histoquímicos com vermelho de rutênio, azul de toluidina e floroglucina, evidenciaram a presença de celulose e pectina, apesar da ausência de lignina na parede dos esclereides. As dimensões e composição dos esclereides, associado a facilidade para sua dissociação, abre caminho para a produção de matéria prima para produção de outros produtos como papel, ainda que a metodologia de extração e a análise quantitativa da composição de parede seja necessária. A composição e dimensões dos esclereides da semente de café observada é compatível com o uso deste subproduto da cultura do café para fins alternativos (Embrapa Café, CNPq, Capes, Fapemig). |