Resumo |
Este trabalho baseia-se em uma atividade desenvolvida pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), proposto pelo coordenador geral do núcleo de exatas e pelas supervisoras, com o intuito de divulgar e essencialmente, relatar sobre a vida e obra de cientistas, pesquisadores e docentes que contribuíram e acima de tudo, continuam contribuindo com suas ações e pesquisas para o desenvolvimento e avanço do campo científico. O trabalho busca, em suma, apresentar as realizações feitas principalmente por mulheres pretas, enfatizando a importância de normalizar a influência de minorias sociais dentro da Ciência. Tendo esses tópicos em vista, essa iniciativa irá focar na biografia de Sônia Guimarães, uma cientista mulher e negra, e que ao longo de sua carreira enfrentou e ainda enfrenta diversos ataques de cunho racista e machista. Nascida em Brotas, 20 de junho de 1957, Guimarães é um dos grandes nomes da área científica brasileira, além de ser representante de várias iniciativas ativistas que envolvem a presença de negros e de mulheres dentro do ramo de pesquisas. Sônia Guimarães foi uma estudante de escola pública e, durante o período de sua adolescência, era uma aluna extremamente aplicada e uma das melhores de sua classe, com notas altas, especialmente em matemática. A princípio, Guimarães optou por graduar-se em Engenharia Civil, porém, um de seus antigos professores orientou-a a buscar cursos menos concorridos, levando-a a escolher Física. Adentrou no curso de Física da Universidade Federal de São Carlos, em uma sala na qual, apenas cinco eram mulheres em meio a um total de 50 alunos. Fortemente interessada por materiais sólidos, Sônia Guimarães graduou-se em licenciatura plena em Ciências em 1979. Nos anos de 1980 a 1983, cursou o mestrado em Física Aplicada pela Universidade Federal de São Carlos. Já em 1986 especializou-se em Química e Tecnologia dos Materiais e dos Componentes. No mesmo ano, após um breve período de pesquisa no Instituto LAMEL do CNR em Bologna, na Itália, ingressou no doutorado em materiais eletrônicos pelo Instituto de Ciência e Tecnologia, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, tornando-se uma especialista na área de semicondutores. Com a finalização de seu doutorado, em 1993, ingressou como docente do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), sendo a primeira negra da instituição, que contava com um reduzido quadro de mulheres docentes. Além do notável sucesso de sua carreira acadêmica, Sônia Guimarães é Mantenedora da Faculdade Zumbi dos Palmares. Por compreender e vivenciar o racismo de perto, Guimarães busca trabalhar com projetos que envolvem estudantes de áreas carentes e marginalizadas e em projetos feministas, que visam à maior inclusão de mulheres e negros no ambiente acadêmico, com o intuito de reduzir a disparidade racial e de gênero na pesquisa brasileira. |