Resumo |
O conhecimento sobre o estoque de carbono das espécies florestais em áreas de manejo florestal é de fundamental importância, para balizar as decisões de abate de indivíduos arbóreos nas florestas manejadas no cenário das mudanças climáticas. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o estoque de carbono de espécies florestais comerciais, oriundas de uma área de manejo florestal sustentável na Amazônia Ocidental brasileira. Para isto foram avaliadas 136 árvores, pertencentes a 12 espécies florestais selecionadas com maior valor de cobertura (VC) e com indivíduos com DAP ≥ 50 cm. Para a obtenção da biomassa e carbono estocado na árvore, foram calculados o volume do fuste comercial, obtido pelo somatório do volume da tora e toco. Posteriormente, multiplicou-se o volume do fuste comercial pela densidade básica da madeira, gerando a biomassa do fuste comercial. Por outro lado, utilizou-se um fator de expansão para obter os valores de biomassa da copa. A biomassa total da árvore acima do solo é dada pelo somatório dos volumes do fuste, comercial e copa. O estoque de carbono foi estimado considerando que 49% de biomassa é composta por carbono. O estoque de carbono presente nas árvores comerciais retiradas da floresta por espécie variou de 12,40 a 93,27 MgC, com média de 42,91 MgC. Dipteryx odorata, Apuleia leiocarpa, Eschweilera grandiflora, Castilla ulei e Hymenaea courbaril são as espécies com maior estoque de carbono com 93,27; 87,40; 65,92; 60,71 e 58,59 MgC, respectivamente. Já Cedrela odorata, Hura crepitans e Albizia niopoides, são as espécies que menos contribuem com o estoque de carbono com 12,40; 13,30 e 14,72 MgC, respectivamente. O crescimento diferenciado entre as espécies, favorece maior ou menor produção de biomassa e, consequentemente, estoque de carbono. Os valores encontrados são importantes para definição do corte de indivíduos arbóreos em áreas de manejo florestal sustentável, ponderando as questões climáticas. Assim, as espécies que retém baixas quantidades de carbono deveriam ser mantidas em grande parte na floresta, para evitar o desperdício com baixo rendimento em serrarias e cumprir funções ambientais como neutralização de carbono a longo prazo, proteção do solo, abrigo da fauna e manutenção da diversidade biológica do ecossistema. Porém, a área deve ser manejada de forma a favorecer regeneração das espécies retiradas, com maior densidade visando manter a diversidade ecológica e equilíbrio de produção. |