Resumo |
O armazenamento de raízes de Ipomoea batatas a baixas temperaturas reduz o brotamento e a perda de massa fresca, mas abaixo de 13 oC desencadeia sintomas de lesão por frio caracterizados por depressões e descoloração de tecidos peridérmicos. No entanto, algumas variedades são tolerantes ao armazenamento abaixo de 13 oC, a exemplo da cv. Beauregard. As causas da diferença na sensibilidade ao frio entre os genótipos de I. batatas não são completamente conhecidas e podem estar associadas a capacidade de indução dos sistemas antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos. Portanto, o objetivo foi avaliar a dinâmica entre os sistemas de defesa antioxidantes de cultivares sensíveis (BRS Rubissol e BRS Cuia) e tolerantes ao frio (Beauregard). Raízes dos três genótipos foram colhidas manualmente, curadas por sete dias a 30 °C e 90% UR, armazenadas em lotes iguais a 6 ou 13 °C com 92% UR por até 60 dias. Amostras da polpa das raízes foram coletadas aos 0, 20, 40 e 60 dias de armazenamento para avaliação do índice de injúria por frio (IF), manifestação fisiológica da IF (peróxido de hidrogênio (H2O2), peroxidação lipídica, estravazamento de eletrólitos), atividade enzimática do sistema antioxidante (catalase (CAT), ascorbato peroxidase (APX), peroxidase (POD)), atividade da polifenol oxidase (PPO) e fenilanina amonia-liase (PAL). Também foram quantificados o conteúdo dos componentes antioxidantes não enzimáticos: prolina, carotenóides totais e fenólicos solúveis totais. Os dados obtidos foram analisados usando técnicas univariadas e multivariadas. A manifestação dos sintomas de IF nas cv. BRS Rubissol e BRS Cuia foram associadas à perda de integridade da membrana, aumento da peroxidação lipídica, acúmulo de H2O2, baixa atividade da CAT e APX. Nas cultivares sensíveis ao frio, a prolina e os fenólicos totais aumentaram com a progressão da IF, agindo como marcadores para a sensibilidade ao frio, paralelamente ao aumento da atividade da PAL. Em contraste, os níveis constitutivos de antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, bem como o aumento da atividade de CAT e APX, induzida pelo estresse ao frio, desempenharam um papel importante na desintoxicação de H2O2 na cv. Beauregard. Isto sugere que o equilíbrio entre o estresse oxidativo e o sistema antioxidante está envolvido na tolerância ao frio da cv. Beauregard. |