Resumo |
Devido à baixa fertilidade dos solos brasileiros, o país se destaca no cenário mundial como um dos maiores consumidores de fertilizantes potássicos. Essa alta dependência externa reforça a necessidade da realização de pesquisas envolvendo o uso de fontes alternativas para a produção de fertilizantes a partir de matérias primas presente em território nacional. O objetivo do trabalho foi avaliar a produção de ácido biogênico por Acidithiobacillus thiooxidans, bem como o desempenho agronômico dos fertilizantes potássicos produzidos a partir da solubilização das rochas silicatadas, verdete (Ve) e fonolito (Fo), por esse ácido. O ácido sulfúrico biogênico utilizado é produto do crescimento de A. thiooxidans em meio 9 K com adição de enxofre elementar. Amostras representativas de Ve e Fo in natura foram tratadas com o ácido na proporção rocha:ácido de 1:5 (p/v). Assim, os fertilizantes potássicos biogênicos de verdete (Ve-FKB) e fonolito (Fo-FKB) foram secos em estufa, moídos e homogeneizados. As concentrações totais de nutrientes, bem como teores solúveis de K em água (K-água) e ácido cítrico 2% (K-AC) foram determinados. O desempenho agronômico das fontes de K foi avaliado em um cultivo sequencial milho-soja-milheto, utilizando Latossolo Vermelho-Amarelo. O experimento foi conduzido em esquema fatorial (5×4)+1, que incluiu cinco fertilizantes: cloreto de potássio, Ve e Fo in natura, e os fertilizantes biogênicos (Ve-FKB e Fo-FKB); quatro doses de K (25, 50, 100 e 200 mg dm-3); além de um tratamento controle, sem aplicação de K. O experimento foi conduzido em blocos casualizados, com quatro repetições. Ao término de cada cultivo, a parte aérea das três culturas foi preparada para quantificar massa de matéria seca e absorção de K. Foi observado um incremento linear na concentração de sulfato e da acidez titulável, e redução exponencial do valor de pH durante o período de incubação, demonstrando o potencial da bactéria em produzir acidez. O tratamento do Ve e Fo com ácido biogênico aumentou a solubilidade das rochas em relação às suas formas in natura, com maiores valores de K-água e K-AC. Ao final do cultivo sequencial observou-se que a matéria seca total e quantidade total de K absorvido e acumulado foram influenciadas tanto pela adição de K ao solo quanto pela fonte utilizada. Em que o efeito mais pronunciado foi para o Ve, em que a forma acidulada proporcionou maiores valores das variáveis em estudo na dose de 180 mg dm-3 de K. Assim, concluímos que a solubilização de Ve e Fo com ácido biogênico de A. thiooxidans aumentou a solubilidade das rochas, aumentando os teores de K-água e K-AC. Além disso, as rochas aciduladas apresentaram melhor desempenho agronômico em comparação às suas formas in natura por proporcionarem maiores teores de K disponível para as culturas. |