Resumo |
Os parâmetros genéticos são fundamentais para os programas de melhoramento, visto que são necessários para a predição dos valores genéticos e para o cálculo do ganho genético esperado por meio da seleção. A inclusão do efeito de endogamia no modelo de avaliação tem sido apontada como uma alternativa para se considerar o efeito de dominância e evitar estimativas inflacionadas de parâmetros genético. Objetivou-se comparar modelos que incluíam ou não o efeito de endogamia como covariável para estimar componentes de variância para duas características de suínos. O banco de dados utilizado para realização das análises está disponível gratuitamente para download e inclui 3534 animais machos e fêmeas nascidos em rebanho núcleo da empresa PIC a partir do ano 2000. Foram avaliadas 2 características, sendo a característica 1 (C1) com herdabilidade igual a 0,07 e característica 2 (C2) igual a 0,62, sendo que os fenótipos disponibilizados foram previamente corrigidos para efeitos fixos. Os coeficientes de endogamia foram calculados por meio do software Pedigree Viewer. Os dados foram editados no software R e, posteriormente, os parâmetros genéticos foram calculados via software AIREMLF90. Serão utilizados dois modelos na avaliação, sendo que o modelo 1 (M1) inclui o efeito fixo de média e os efeitos aleatórios genético aditivo e resíduo e o modelo 2 (M2) inclui, além dos efeitos descritos acima, o efeito de endogamia como covariável. O ajuste dos modelos foi comparada utilizando o critério de informação de Akaike (AIC). Para C1 os valores de AIC foram 10350,03 e 10347,79 para M1 e M2, respectivamente, evidenciando um melhor ajuste de M2. Para C2, o modelo M2 também apresentou melhor ajuste com valores de AIC de 35471,80 e 35455,52 para M1 e M2, respectivamente. Apesar da diferença de ajuste observada houve somente pequenas diferenças nas estimativas dos parâmetros genéticos. Para M1 as variâncias genéticas aditivas foram 0,114 e 2055,90 e as residuais 1,347 e 1749,60 para C1 e C2, respectivamente. Em M2, as variâncias genéticas aditivas foram de 0,115 e 2073,20 e as variâncias residuais foram 1,347 e 1733,00 para C1 e C2, respectivamente. A herdabilidade de C1 foi de 0,08 para ambos os modelos e para C2 observou-se herdabilidade de 0,54 para M1 e de 0,55 para M2. As estimativas para as variâncias aditiva e residual obtidas diferiram das apresentadas no artigo que descreve as características. Porém esta diferença pode ser devido a utilização de diferentes métodos de estimação dos componentes de variância. Embora as diferenças nas estimativas dos componentes e na herdabilidade nos dois modelos possam ser negligenciadas, recomenda-se a inclusão da endogamia no modelo por proporcionar melhor ajuste. |