Resumo |
Os metais como cádmio (Cd), chumbo (Pb), cromo (Cr) e níquel (Ni), e semimetais como arsenato (As+5), arsenito (As+3)são classificados como metais pesados pois se associam a contaminação e potencial toxicidade ou ecotoxicidade. Há evidências que os metais pesados podem comprometer algumas atividades biológicas pela indução de espécies reativas de oxigênio que por sua vez, afetam sistemas enzimáticos e componentes estruturais da célula, impactando diretamente a célula em crescimento, desenvolvimento e diferenciação. Desse modo, a espermatogênese pode ser foco de estudos envolvendo a contaminação por metais pesados. Assim, os objetivos deste estudo foram determinar, através de análises do status oxidativo, a ação dos metais pesados As+5, As+3, Cd, Pb, Cr (VI) e Ni no tecido testicular. Foram utilizados 42 camundongos Swiss em idade reprodutiva (140 dias), distribuídos aleatoriamente em sete grupos experimentais (n=6). A exposição aos metais pesados foi feita em doses semanais, via intraperitoneal. O grupo 1 recebeu 0,7mL de solução salina 0,9% (controle) e os demais grupos 1,5 mg/Kg de As+5, As+3, Cd, Pb, Cr(VI) e Ni, durante seis semanas. Os animais foram eutanasiados após 42 dias, sendo os testículos retirados e pesados. O testículo direito foi congelado a -80ºC e posteriormente homogeneizado em tampão fosfato (pH 7,4) na proporção de 100 mg de órgão para 1000µL de tampão. A suspensão foi centrifugada e o sobrenadante foi utilizado na determinação da atividade de enzimas antioxidantes, concentração de óxido nítrico, malondialdeído e proteínas oxidantes. Os dados não paramétricos foram comparados por meio do teste de Kruskal-Wallis e os dados paramétricos por meio de análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste de Student Newman-Keuls, sendo considerados significativos quando p≤0,05. A atividade da enzima antioxidante Superóxido dismutase (SOD) aumentou 51% com a administração de chumbo (Pb) e 62% com o cromo VI (Cr). No entanto, as enzimas Catalase (CAT) e Glutationa-S-Transferase (GST) não alteraram significativamente após a exposição aos metais. Os marcadores de estresse oxidativo e nitrosativo, Malondialdeído (MDA) e Óxido nítrico (ON), não alteraram significativamente após a exposição aos metais. Diferentemente, o marcador de Proteína carbonilada (PCN) aumentou 42% com a administração de arsenito (As+3) e 114% com a administração de níquel (Ni). Sugerimos dessa forma que houve dano oxidativo nos testículos dos animais após exposição aos metais As+3 e Ni, assim como alteração no status oxidativo daqueles expostos ao Pb e Cr (VI). Os dados desse trabalho podem guiar futuras terapias para o tratamento de danos por meio de apropriado reparo após exposição aos metais pesados. |