"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15143

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Saúde coletiva
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor LAYLLA VERIDIANA CASTORIA SILVA
Orientador BEATRIZ SANTANA CAÇADOR
Outros membros ANA CAROLINA DOS SANTOS PAIVA, LETICIA GONÇALVES CALDEIRA, LUCAS BORGES GOMES FERREIRA PINTO, MATHEUS AUGUSTO SOARES DE RESENDE
Título Privados de dignidade: o cotidiano no cárcere
Resumo Introdução: O Brasil possui uma das maiores populações carcerárias do mundo e o sistema prisional é regido por uma lógica punitivista e excludente que invisibiliza a realidade das pessoas privadas de liberdade, negando acesso aos direitos humanos fundamentais. Nesse sentido, surge a inquietação em relação a percepção das pessoas privadas de liberdade sobre seu cotidiano. Assim, questiona-se: Como as pessoas privadas de liberdade percebem seu cotidiano? Objetivo: compreender o cotidiano de uma população privados de liberdade do interior de Minas Gerais. Material e Métodos: Estudo qualitativo, realizado em um presídio do interior de Minas Gerais entre agosto a setembro de 2017, com lotação de 114 pessoas, mas que durante o estudo possuía 207 detentos, entre mulheres e homens, de regime provisório, fechado, semiaberto, em prisão temporária, por débito alimentar e menores de idade. Participaram das entrevistas abertas orientadas por roteiro semiestruturado um detento de cada cela, totalizando 18 participantes. Realizada análise de Conteúdo de Bardin. O estudo é um recorte de um macroprojeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (CEPH-UFV Parecer 2.164.274 e CAAE: 70052217.5.0000.5153) e da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais. Resultados: O cotidiano no cárcere é marcado por precárias condições de vida e higiene devido ao calor excessivo, ambientes pouco arejados, excesso de barulho e número elevado de pessoas em um pequeno espaço territorial. Assim, são muitos os problemas de sono e repouso. Relata-se, ainda, o preparo inadequado dos alimentos de modo que não são raras as vezes em que chegam estragados. Várias infecções contagiosas já ocorreram em decorrência de contaminação na caixa d´água. Mesmo no inverno, os banhos são gelados. As atividades de educação, trabalho e ressocialização, não ocorrem, fazendo com que a rotina seja monótona e disparadora de sofrimento psíquico. Conclusões: O cotidiano insalubre predispõe as pessoas privadas de liberdade à agravos em saúde. É necessário ampliar o debate sobre o cotidiano da população privada de liberdade de modo a conscientizar os profissionais, agentes políticos e a sociedade, que a privação de liberdade não significa privação de direitos. Ao Estado cumpre garantir aos tutelados as condições mínimas de uma vida digna. Dessa forma, importa ampliar o escopo de análise sobre o cárcere mediante a perspectiva das pessoas que vivenciam esta realidade, dando-lhes voz e visibilidade.
Palavras-chave Prisioneiros, Assistência centrada no paciente, Vulnerabilidade em saúde.
Forma de apresentação..... Painel
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