"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 15137

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Zoologia
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Cidimar Estêvam de Assis
Orientador JORGE ABDALA DERGAM DOS SANTOS
Outros membros Tais de Fátima Ramos Guimarães
Título Registros de ocorrência de duas espécies de piranhas introduzidas na bacia do Rio Doce, Sudeste, Brasil
Resumo A bacia do Rio Doce está localizada nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, no sudeste do Brasil, e um conjunto de espécies não nativas de peixes representa uma séria ameaça às espécies nativas de peixes desta bacia. Dentre elas, encontram-se as piranhas, peixes carnívoros e vorazes, que vivem em cardumes. A Piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri) ocorre naturalmente nas bacias do Rio Amazonas e do Rio Paraná-Paraguai, enquanto a Pirampeba (Serrasalmus brandtii) ocorre naturalmente na bacia do Rio São Francisco. Espécies não-nativas são o segundo fator responsável pelo declínio e/ou extinção de espécies nativas (o primeiro é a modificação do habitat). Os registros de ocorrência de espécies introduzidas são importantes para compreender a expansão dessas espécies e auxiliam na elaboração de planos de manejo e controle populacional. O objetivo deste estudo foi atualizar os registros de ocorrência de piranhas na bacia do Rio Doce, com base na coleção ictiológica do Museu de Zoologia João Moojen, na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa-MG. Os peixes foram coletados em várias localidades na bacia do Rio Doce nos anos de 1996, 2001, 2018, 2019, 2020 e 2021. Todos os espécimes tiveram a identificação taxonômica revisada a partir das análises de caracteres morfológicos e/ou moleculares (Barcoding). A Piranha-vermelha (P. nattereri) foi introduzida na bacia do Rio Doce na década de 70, primeiramente na Lagoa da Barra, no Médio Rio Doce, e atualmente encontra-se presente em 34 lagoas no Médio e Baixo Rio Doce, sendo detectada nas Lagoas Carioca, Dom Helvécio e outras 28 lagoas no Médio Rio Doce, e nas Lagoas do Óleo, Limão, Palmas e Juparanã Mirim, no Baixo Rio Doce. Além disso, a Piranha-vermelha (P. nattereri) foi detectada no baixo curso do Rio Corrente Grande, em Periquito-MG, no baixo curso do Rio Caratinga, em Barra do Cuieté, Conselheiro Pena-MG, no médio curso do Rio Manhuaçu, em Ipanema-MG, no baixo curso do Rio Manhuaçu, em Aimorés-MG, no Ribeirão Palmas, em Linhares-ES e na calha principal do Rio Doce, no trecho entre os municípios de Governador Valadares-MG e Linhares-ES. A Pirampeba (S. brandtii) foi coletada pela primeira vez em fevereiro de 2020, sendo a primeira detecção desta espécie na bacia do Rio Doce, e até o momento, esta espécie foi detectada somente na Lagoa das Palmas e na calha principal do Rio Doce, no trecho entre os municípios de Colatina-ES e Linhares-ES. A presença e a dispersão das piranhas na bacia do Rio Doce representam ameaças à ictiofauna local, principalmente, devido aos efeitos de predação sobre a ictiofauna nativa, e futuramente, podem contribuir com o declínio e/ou extinção das espécies nativas. Atualmente, a Piranha-vermelha (P. nattereri) está presente em vários trechos no Médio e Baixo Rio Doce e sua dispersão encontra-se em estado avançado de expansão, enquanto a Pirampeba (S. brandtii) está presente no trecho capixaba do Baixo Rio Doce e sua dispersão encontra-se em estado inicial de expansão.
Palavras-chave Ictiologia, exóticos, neotropical
Forma de apresentação..... Painel
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