Resumo |
As instabilidades dos ciclos econômicos são processos inerentes ao arranjo do sistema capitalista, resultante da expansão no fluxo de capitais internacional e intensificada pelo processo de globalização. A atual crise causada pelo COVID-19 desestabilizou os mercados afetando toda estrutura socioeconômica de diferentes países, tanto desenvolvidos quanto subdesenvolvidos. Diante disso, surgiu a oportunidade de se estudar o grau de resiliência das microrregiões brasileiras, ou seja, como estão reagindo aos choques causados pela crise sanitária e quais as possibilidades de promover a recuperação das diferentes economias a curto e médio prazo. A resiliência econômica regional reflete a capacidade de se absorver choques, ou seja, já que a dimensão de uma crise é capaz de afetar as estruturas de produção, como essa alteração poderá mudar a trajetória econômica da região e afetar a retomada da economia?. Partindo desta prerrogativa o trabalho tem buscado compreender quais os setores que estão sendo mais impactados e quais apresentaram uma tendência de recuperação mais rápida, de forma que possa ser possível responder quais os setores mais ou menos resilientes. Outro ponto analisado diante a instabilidade da crise sanitária é a variação do nível de emprego anterior e posterior ao primeiro pico da pandemia ocorrido em março de 2020, pois este indicador é um dos principais termômetros para agravamento de crise, já que representa o efeito direto no aquecimento ou desaceleração da economia. A principal fonte de dados deste trabalho é a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) que tem por objetivo a elaboração e divulgação de estatísticas relacionadas ao trabalho às entidades governamentais. O estudo possui uma abordagem quantitativa, pois os dados macroeconômicos quantificados foram analisados via comparação entre períodos, aliado ao caráter bibliográfico e a pesquisa documental. As análises preliminares dos dados de taxas de ocupação e criação de emprego apontam que setores como o de serviços seguido do comércio varejista foram inicialmente os mais afetados. No entanto o comércio varejista possui uma capacidade de realocação e de criação de vagas mais acelerado que o setor de serviços, o que pode apontar para um nível de recuperação melhor, ou seja, seu grau de resiliência é maior, então uma região em que este setor apresenta boa estruturação e interligação com outros setores e clusters possuem uma capacidade de resposta mais rápida frente à crise. |