Resumo |
Pinus é conhecido por sua produção de resina, utilização nas indústrias de celulose e papel além do amplo emprego no setor madeireiro, o que lhe confere importância comercial em várias partes do mundo. Dentre as espécies mais utilizadas, destaca-se o Pinus taeda. A propagação desta espécie é realizada seminalmente, o que é dificultada pela alta heterozigose. Assim, o cultivo in vitro torna-se uma alternativa para a propagação clonal dessa espécie. Dentre as técnicas de micropropagação, a embriogênese somática é considerada ideal para obtenção de clones de genótipos superiores. Contudo, o sucesso da embriogênese somática é descrita na literatura como sendo dependente da idade ontogênica do tecido, sendo os tecidos mais juvenis mais responsivos ao processo. Protocolos de indução de embriogênese somática para plantas adultas de Pinus taeda não foram encontrados na literatura. Relatos de embriogênese somáticas descritos na literatura são originários de embriões zigóticos pré-maturos. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial morfogenético de explantes obtidos de gemas apicais de plantas jovens e adultas de P. taeda. Gemas apicais de plantas jovens e adultas foram coletadas e submetidas a desinfestação em ambiente asséptico, em solução de Hipoclorito de Sódio (NaClO) a 0,5% tween 20 a 2% por 10 minutos. As gemas oriundas de plantas adultas, antes da desinfestação, foram lavadas em detergente a 2% por 20 minutos, para a retirada do excesso de resina liberada na extração. Em seguida, os explantes foram dissecados das gemas e inoculados em meio de indução LP1133 (Pullman et al., 2005) modificado, sendo categorizados em: meristemas apicais e primórdios foliares de plantas jovens e de plantas adultas. Os explantes foram mantidos no escuro a 28°C ± 1°C. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado. Após 20 dias de cultura determinou-se a porcentagem de contaminação e de resposta morfogênica, bem como o aspecto das respostas obtidas. Respostas morfogênicas foram observados em todos os explantes avaliados, independentemente da idade das plantas do qual a gema apical foi obtida. A porcentagem de calogênese variou de 69% em meristemas apicais de plantas adultas a 15% em meristemas apicais de plantas juvenis. Em primórdios foliares, a calogênese foi observada em 28,6% dos explantes de plantas adultas e em 24,3% dos explantes de plantas juvenis. A maior taxa de contaminação, 28%, ocorreu em primórdios foliares jovens. Os calos formados apresentaram se friáveis, de coloração esbranquiçada, não sendo observado diferenças morfológicas entre os tratamentos. Os resultados obtidos indicam o potencial morfogênico de ápices meristemáticos e de primórdios foliares para iniciar o cultivo in vitro de P. taeda e sugerem que gemas apicais de plantas adultas apresentam melhor resposta a indução de calogênese. |