Resumo |
Nos dias atuais existe uma crescente busca por tecnologia para fazer face às necessidades humanas, culminando em novos processos industriais e seus produtos, que por sua vez, produzem resíduos em larga escala. Os metais que possuem a capacidade de causar danos ao organismo são depositados deliberadamente no meio ambiente de forma natural e por atividades antropogênicas. Metais como o arsênio, estão presentes na natureza de forma abundante e o contato diário dos animais, vegetais e principalmente do ser humano é inevitável. Esses metais despertam grande interesse ambiental, principalmente pelo fato de não apresentarem caráter de biodegradabilidade. Uma vez introduzidos na cadeia alimentar ocorre a bioacumulação, já que não possuem qualquer função biológica conhecida, promovendo então uma série de disfunções em diversos órgãos, como fígado, rim e testículos. A atuação desses metais no testículo pode levar a distúrbios irreversíveis, prejudicando assim a reprodução. Devido aos efeitos deletérios causados por esses metais, estudos são necessários para entender sua ação no organismo, criar estratégias de conservação e diminuir os impactos causados pela exposição dos seres vivos a metais. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ação do arsenato e do arsenito em camundongos Swiss machos adultos. Foram utilizados 18 animais, pesados e colocados em gaiolas coletivas. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos experimentais (n=6 animais/grupo), pesados e mantidos em gaiolas coletivas. Assim, o grupo 1 recebeu 0,7mL de solução salina 0,9% (controle), o grupo 2 recebeu arsenato e o grupo 3 arsenito, todos na dose de 1,5 mg/Kg de peso corporal. Os metais foram administrados por via intraperitoneal (IP), em dose única e os animais foram eutanasiados sete dias após a exposição. Os animais e os testículos foram pesados em balança analítica e o peso relativo desse órgão foi calculado. Os dados foram analisados por análise de variância e post-hoc SNK. Não houve alteração no peso corporal dos animais intoxicados por arsênio em relação ao grupo controle, assim como não ocorreu diferença estatística entre o grupo controle e os grupo tratados em relação ao peso testicular. O índice gonadossomático (IGS) não sofreu alterações entre o controle e os animais expostos ao arsênio. O IGS vem sendo utilizado como um método qualitativo na determinação do período reprodutivo de uma espécie avaliando os estágios de desenvolvimento. Esse índice expressa a porcentagem que as gônadas representam no peso total do corpo dos indivíduos. A exposição aguda ao arsênio não alterou o peso corporal, testicular e o índice gonadossomático, sendo necessários estudos histológicos e patológicos para confirmar esses resultados nos parâmetros reprodutivos. |