Resumo |
Introdução: Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença de COVID-19 uma pandemia1 e com isso mudanças tiveram que ser inseridas na assistência à saúde com novos protocolos para os profissionais2. Objetivo: identificar as mudanças que ocorreram nas práticas assistenciais e gerenciais dos profissionais de saúde, devido à pandemia da COVID-19. Métodos: pesquisa qualitativa, realizada com 28 profissionais de saúde, do município de Viçosa, Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada em maio de 2021, com entrevistas aos profissionais, com roteiro semiestruturado, analisadas pela Análise de Conteúdo. Os aspectos éticos foram respeitados. Resultados: foram categorizados dez temas com suas respectivas frequências: introdução aos cuidados preventivos com 100% dos entrevistados fizeram mensão ao tema; aumento da necessidade de cuidado à saúde mental com 92,90%; alterações gerenciais com 82,10%; aumento na demanda de trabalho com 50%; apego a fé/religiosidade com 35,70%; adesão à tecnologia com 35,70%; treinamentos com a equipe com 32,10%; conhecimento científico com 25%; discriminação com 17,90% e valorização profissional com 14,30%. Além disso, os relatos que mais impactaram estavam relacionados ao isolamento, a rapidez da evolução do quadro dos pacientes e os protocolos para os pacientes que vieram a óbito. Conclusão: houve mudanças assistenciais e gerenciais. Os profissionais de saúde destacam o aumento dos cuidados de prevenção e de biossegurança, mudanças na estrutura, processo de trabalho e resultados. Além disso, mudanças de saúde mental nos profissionais e nos pacientes com relação ao aumento do medo, ansiedade e inseguranças relacionadas ao momento vivenciado da pandemia. E a categoria menos mencionada foi valorização profissional, em que apenas profissionais da classe de enfermagem citaram ela, coincidindo com campanhas para a valorização da profissão e o reconhecimento de sociedade que mesmo com a pandemia não foi o suficiente para uma mudança expressiva. |