Resumo |
O comportamento sedentário tem sido considerado uma variável independente de risco à saúde, bem como também associado a outros fatores de risco clássicos como, a título de exemplo, o excesso de gordura corporal, a dislipidemia e o aumento da pressão arterial sistêmica. Ainda que os indivíduos sigam as recomendações de atividade física diária na maior parte da semana, elevado período de tempo em comportamentos sedentários, como o tempo gasto na posição sentada, por exemplo, podem interferir negativamente em sua saúde. Além disso, em estudos anteriores, identificou-se que independentemente do nível de atividade física obtido existem associação entre os fatores de risco cardio-metabólicos e o excesso de tempo sentado assistindo televisão. Desta forma, considerando-se os efeitos metabólicos negativos dessa combinação de fatores de risco, demonstrado pela elevada morbi-mortalidade devido às doenças cardiovasculares, o objetivo do presente estudo foi verificar as associações entre o comportamento sedentário, medido pelo tempo sentado médio diário, e a incidência de fatores de risco coronariano em professores da Universidade Federal de Viçosa. A amostra foi composta por 141 professores de diversos Centros da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de ambos os gêneros e com idade média de 46 ± 11 anos. Os dados foram coletados por intermédio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) em sua versão curta, aferição da pressão arterial e do perfil antropométrico. O tempo sentado médio diário foi de 614 minutos. Na análise estatística permaneceram correlacionadas ao tempo sentado as seguintes variáveis: Pressão arterial, índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ), percentual de gordura e risco total coronariano. Os resultados evidenciam a importância e a necessidade de mais pesquisas sobre o tempo gasto na posição sentada devido aos efeitos negativos que este e outros comportamentos sedentários podem proporcionar ao indivíduo. Ademais, os resultados permitiram identificar os principais fatores de risco correlacionados ao comportamento sedentário, oferecendo assim subsídios para a elaboração de programas de prevenção e promoção de saúde para essa população. |