Resumo |
O iodo é um microelemento essencial fundamental para o funcionamento adequado do metabolismo humano e importante na síntese dos hormônios produzidos pela tireoide triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Sua deficiência pode causar problemas de saúde no indivíduo como bócio, hipotiroidismo, cretinismo e distúrbios do desenvolvimento cognitivo. Segundo a OMS, a ingestão diária recomendada de iodo, para um adulto saudável, é de 150g. A população rural é um grupo vulnerável à deficiência de iodo por alguns fatores: uso de agrotóxicos que podem prejudicar a absorção desse micronutriente, baixo consumo de temperos industrializados e armazenamento de sal em local impróprio. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa foi quantificar o teor de iodo em amostras de temperos majoritariamente caseiros e alguns industrializados coletadas nas residências de produtores rurais de diversas cidades da microrregião de Viçosa para avaliar a etiologia ecológica de deficiência de iodo nesse grupo. Até o momento, foram analisadas somente amostras de temperos da cidade de São Miguel do Anta. Para quantificação de iodo, foi utilizado o método colorimétrico de Sveikina (1975) adaptado por Perring, et al. (2001). Não existe uma recomendação de consumo de tempero por dia, logo, foi considerado 5 gramas dia-1, o que equivale ao consumo diário recomendado de sal pela OMS. Das 29 amostras analisadas, 14 apresentaram uma contribuição de iodo de 5% a 25% em relação a necessidade diária de um adulto saudável, 5 amostras apresentaram contribuição de 25% a 45%, outras 5 amostras apresentaram contribuição de 45% a 65%, 2 amostras apresentam contribuição de 65% a 85% e uma amostra apresentou uma contribuição de 105%. Conclui-se que a quantidade de tempero consumido, e que provavelmente tem na sua formulação sal iodado, influencia e contribui na ingestão diária recomendada de iodo para os agricultores familiares, mesmo que a maior parte dos temperos analisados apresente uma contribuição relativamente baixa de iodo. |