Resumo |
Este trabalho é resultado parcial da pesquisa “Reformas educacionais e os organismos internacionais: para compreender as sugestões para o ensino médio”. Objetivou-se analisar o documento O BID e a tecnologia para melhorar a aprendizagem: como promover programas eficazes para o ensino secundário no Brasil. Em vista das sugestões do BID para as políticas educacionais brasileiras, e no contexto pandêmico é importante assimilar as recomendações para a educação durante esse período. Tivemos como objetivos específicos: identificar no documento analisado as recomendações para o ensino médio; analisar como (e se) essas recomendações foram incorporadas na Reforma do Ensino Médio, bem como nas medidas emergenciais propostas para ações no campo da educação no período da pandemia do (COVID-19) e por fim, identificar os principais conceitos presentes no documento. A metodologia pautou-se pela pesquisa documental, baseada no materialismo histórico-dialético. Realizamos a leitura do documento, seguida da análise das aproximações com a Lei n.º 13.415/2017. A seguir fizemos um levantamento nos bancos de dados do Ministério da Educação (MEC) sobre atos normativos homologados durante a pandemia de COVID-19, em 2020. Buscamos compreender se houve e quais as mudanças acatadas pelo Governo brasileiro e as aproximações com as sugestões do documento do BID. Por fim, apresentamos os conceitos mais utilizados no documento. As sugestões encontradas são baseadas em pesquisas com países centrais, e que o Brasil por ser um país periférico, toda a sua concretude difere dos demais. Concluímos que o documento apontado influencia na elaboração dos atos normativos homologados durante a pandemia e também na Lei n.º 13.415/2017. O documento sugere que conteúdos como português, matemática e inglês sejam priorizados em detrimento de história, sociologia, filosofia, geografia, educação física, biologia, física e química. Tal distinção reduz a importância dos conteúdos minimizados, sob a alegação de que poderão ser estudados em família, através de vídeos (BID, 2014). Vemos essa incorporação na Reforma do Ensino Médio na redução da obrigatoriedade das disciplinas das Ciências Humanas para apenas às 1800 horas comuns. O documento ainda reforça o conceito de capital humano e a necessidade de preparação para o emprego. Podemos fazer relação com os conteúdos propostos na Reforma do Ensino Médio e com o discurso da eficiência na preparação do jovem para o mercado de trabalho. O documento propõe a integração da tecnologia como vantagem pedagógica. Dito isso, podemos relacionar com os atos normativos elaborados no ano de 2020, que reforçam o uso de tecnologias nesse contexto pandêmico. Concluímos que as sugestões do documento publicado em 2014 e acatados pelo Brasil no ano de 2020, desconsidera as atuais situações que toda a comunidade escolar enfrenta devido à pandemia, sendo essa uma das maneiras do atual governo consolidar sua ideologia e consequentemente alastrar a segregação social. |