Resumo |
Em dezembro de 2019, o mundo se deparou com o surgimento de um vírus, causador da doença COVID-19 e devido à sua rápida disseminação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) caracterizou a nova doença como uma pandemia. O mundo começou a passar por mudanças abruptas e significativas. Uma das medidas profiláticas que se mostrou eficaz desde o início da pandemia, foi o distanciamento social e com isso, as escolas foram os primeiros espaços a serem fechados para evitar a disseminação do vírus. Diante disso, as escolas foram obrigadas a recorrer ao uso de tecnologias e da internet para diminuírem os impactos gerados pela pandemia. Porém, os professores e alunos não estavam preparados para essas rápidas mudanças, já que na maioria das escolas, a troca de informações e conhecimentos se dava de maneira presencial. Com essa nova realidade, um dos primeiros problemas identificados foi em relação ao desenvolvimento de atividades escolares em padrões de qualidade de excelência. Porém, com a persistência e agravamento da pandemia novos problemas foram surgindo, visto que os alunos e os professores não estavam prontos física e psicologicamente para transformarem suas rotinas e suas casas em ambientes de estudo e trabalho. Apesar de termos um número menor de tarefas comparado a um professor titular, nossa atuação como residentes pedagógicos nos permitiu perceber a frustração e dificuldades de trabalhar com o ensino remoto de maneira tão repentina e com pouco preparo. Assim, nosso objetivo foi avaliar como a pandemia e o ensino remoto tem afetado a saúde psicológica dos educadores. Para isso, utilizamos um formulário que foi disponibilizado durante seis dias para professores de diversas redes de ensino e graus de escolaridade. A partir das informações coletadas na pesquisa, pudemos notar baixa satisfação ao realizar o Ensino Remoto por um longo período. Aproximadamente 93,3% dos professores relataram um aumento de ansiedade, moderada a alta, em comparação com os outros 6,7% que não se sentem ansiosos. Além disso, resultados apontam também que a minoria dos professores recebeu preparo para a nova forma de trabalho, causando desmotivação para o uso de diferentes metodologias de ensino e sentimento de insuficiência no trabalho, principalmente tendo em vista o menor rendimento dos alunos e um aumento na evasão escolar. Além disso, os docentes notaram um aumento na carga horária de trabalho, sem remuneração adequada e sem acompanhamento psicológico ou treinamento para a adaptação de metodologias ativas no ensino remoto. Apesar disso, os professores têm se empenhado para tentar minimizar os efeitos da Pandemia na Educação. |