Resumo |
Trichoderma (254 spp.) é um gênero de fungo que habita o solo e é conhecido por sua grande utilização como agente de biocontrole. Atualmente, há somente nove genomas mitocondriais do gênero descritos. Apresentamos seis novos mitogenomas e uma breve discussão da evolução mitocondrial do gênero Trichoderma. Obtivemos o genoma de T. helicum, T. afroharzianum, T. longibrachiatum, T. asperelloides, T. pubescens e T. velutinum a partir de dados brutos disponíveis no banco de dados Sequence Read Archive (SRA) do NCBI. Exportamos esses dados brutos para a plataforma Galaxy Europe e utilizamos a ferramenta NOVOplasty para a montagem, usando como semente o mitogenoma de T. atroviride (NC_048477.1) para T. pubescens, e T. asperellum (NC_037075.1) para as demais novas espécies. Para a anotação funcional, utilizamos três ferramentas: o Mitos2 (disponível na plataforma Galaxy Europa), o Mfannot, além da ferramenta GeSeq da plataforma Chlorobox, tendo como referência de anotação os mitogenomas de T. atroviride, T. lixii e T. asperellum. Para uma descrição funcional mais robusta, fizemos um consenso com as três anotações e geramos a representação circular dos mitogenomas através da ferramenta OGDRAW da plataforma Chlorobox. O tamanho dos mitogenomas obtidos foram: 27,899pb (T. afroharzianum); 28,492pb (T. pubescens); 28,599pb (T. asperelloides); 34,816pb (T. velutinum); 40,283pb (T. longibrachiatum); 52,582pb (T. helicum). Todas as espécies apresentaram os 14 genes padrões do gênero, dois rRNAs (rrnL e rns), um gene rps3, uma endonuclease GIY-YIG na cadeia leve e uma ORF (orf40). Os mitogenomas variaram da seguinte forma: (1) T. afroharzianum: íntron no cox1; 27 tRNAs; duas endonucleases GIY e um fragmento do gene nad4. (2) T. pubescens: íntrons nos genes rrnL e nad1; 25 tRNAs; uma ORF extra (orf209); um fragmento do gene atp9 na cadeia leve e uma endonuclease GIY. (3) T. asperelloides: íntrons nos genes nad4, cox2 e rrnL; 27 tRNAs e uma endonuclease GIY. (4) T. velutinum: íntrons nos genes atp6, nad4, nad1, cox1 e cob; 26 tRNAs; três endonculeases GIY, uma endonuclease LAGLIDADG e um fragmento do gene cox2. (5) T. longibrachiatum, íntrons nos genes cox1, cob2 e cox2; 26 tRNAs; duas ORF extras (orf116 e orf212); 7 endonucleases GIY, 4 endonucleases LAGLIDADG e fragmentos dos genes cox2 e nad4. (6) T. helicum: íntrons nos genes cox1, cob, nad5, cox2, nad3, rrnL, cox3 e atp6; 26 tRNAs; 10 endonucleases GIY, 12 endonucleases LAGLIDADG, fragmentos dos genes cox2 e nad5, e um fragmento extra da endonuclease GIY-YIG na cadeia leve. Observamos que o número de íntrons e endonucleases, como GIY e LAGLIDADG, aumentam conforme o tamanho do mitogenoma, o que está de acordo com a literatura, uma vez que, eventos de perdas e ganhos dessas sequências já foram relatados. O número de tRNAs e fragmentos dos genes também, em menor grau, contribuíram para a diversidade no tamanho do genoma mitocondrial do gênero Trichoderma. |