Resumo |
A pandemia de Covid-19 teve início no final de 2019 em Wuhan na China e até julho de 2021 resultou na morte de mais de 4 milhões de pessoas em todo o mundo. Esta doença é causada pelo vírus SARS CoV-2 que resulta em uma síndrome respiratória aguda grave e possui como principais sintomas febre, tosse seca e cansaço. Assim, é de extrema urgência que sejam direcionadas pesquisas com o intuito de produção de vacinas e kits diagnósticos para esta doença. Muitos trabalhos são focados na proteína spike (S) do vírus, uma proteína estrutural e com duas subunidades, a S1 que está associada à capacidade do SARS Cov-2 de reconhecer sua célula hospedeira e ancorar no alvo, e a S2 que tem a função de auxiliar na fusão do vírus com a membrana da célula. Visando a produção da proteína S para eventuais kits diagnósticos, este trabalho teve como objetivo a expressão e a purificação da proteína S. Inicialmente, foi realizada a transformação em E. coli (linhagem SHuffle) com o plasmídeo pET29a/S pelo método de choque térmico e as colônias transformantes foram confirmadas por meio de PCR de colônia. Em seguida, foi feita a indução da expressão da proteína S com IPTG (Isopropil β-d-tiogalactopiranosídeo) em concentrações de 0,25 mM e 0,5 mM por 24 horas. A seguir, o sobrenadante da amostra foi coletado como fração solúvel e corpo de inclusão, e depois purificado por cromatografia de afinidade utilizando a coluna His Trap Chelating carregada com níquel acoplada ao aparelho de cromatografia líquida de proteína rápida (FPLC). Após a purificação, parte do volume da amostra foi precipitado com ácido tricloroacético (TCA) para sua aplicação em um SDS-PAGE que separa as proteínas por peso molecular, e logo depois foi feito um Western Blotting que detecta a proteína de interesse com um anticorpo específico. A expressão da proteína S em E.coli (SHuffle) foi confirmada e foi observado que a concentração de 0,5 mM de IPTG resultava em uma maior concentração da proteína. Também foi possível observar, a partir da técnica de Western Blotting, uma banda acima de 220 KDa que é o tamanho esperado da proteína S. Portanto, a obtenção desta proteína para kits diagnósticos de baixo custo é necessária para torná-los mais acessíveis à população em geral que não possui condições para custeá-los, o que facilita o rastreio de casos positivos de Covid-19 no mundo. Além disso, mais estudos são necessários para estabelecer a padronização da produção da proteína S purificada em larga escala em biorreatores. |