Resumo |
Introdução: a preocupação com o impacto da pandemia de COVID-19 na formação dos futuros médicos está presente ao redor do mundo, com ênfase no desafio de adequação do processo formativo ao cenário de epidemia, em função da não integralização das cargas horárias preconizadas, do deslocamento das atividades previstas para alguns campos de práticas e do uso adicional de tecnologias educacionais a distância, que podem impactar a execução do projeto pedagógico original dos cursos.Com o advento da pandemia, as estratégias de ensino remoto se mostraram importantes meios de educação. Espera-se que os resultados da pesquisa permeiem a proposição de alternativas para a redução do impacto deste período na educação médica. Objetivos: analisar o perfil de formação e percepção dos estudantes de medicina durante o período remoto emergencial em uma Instituição Federal de Minas Gerais, no contexto pandêmico da Covid-19. Metodologia: foi realizado um estudo transversal que contou com a participação de 181 estudantes do curso de medicina de uma Instituição Federal de Minas Gerais, correspondendo a 58% do total. A coleta de dados se deu através de questionário aplicado de maneira virtual. Os dados verificados foram os métodos de ensino remoto adotados durante a pandemia, satisfação do estudante com relação ao novo modelo e pontos positivos e negativos percebidos por docentes e discentes. Os dados foram analisados e descritos em frequências absolutas e relativas. Resultados: o perfil predominante foi de homens (50,3%), com média de idade entre 21 e 24 anos (58%), brancos (64,1%), solteiros (96,7%) e naturais do interior de Minas Gerais (58,6%). Foi verificado que 92,3% dos alunos obtiveram acesso à internet de qualidade durante a pandemia e que 56,3% consideraram como vantajoso o retorno das aulas remotas. 33,7% relataram presença de orientação adequada quanto à implantação do modelo oferecido, e destes, 49,3% consideraram a instrução como adequada. Em relação à classificação do conteúdo e forma das aulas ministradas online, 36,5% consideraram como “bom”, 29,3% como “regular”, 12,1% como ruim, 5,5% como “excelente” e 16,6% preferiram “não dizer”. 82,3% dos estudantes relataram recebimento de cronograma pelo (a) professor (a) e 56,3% classificaram como “boa” a qualidade da plataforma em que assistiram às aulas. Por fim, a maior dificuldade relatada em relação ao ensino remoto foi a baixa concentração, apontada por 59,7% dos estudantes. Conclusões: concluímos que, apesar dos desafios encontrados para o ensino a distância desses estudantes, a maioria deles avaliou como vantajoso o início das atividades remotas. Concomitantemente, houve alguns empecilhos, como a reduzida instrução quanto à implantação do modelo de ensino. Assim, é evidente que são necessários ajustes do ensino remoto para garantir a qualidade do aprendizado universitário. |