"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 14943

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Comunicação
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Jéssica Suzana Magalhães Cardoso
Orientador IVONETE DA SILVA LOPES
Título Comunicação de riscos e covid-19: estratégias de comunicação para comunidades rurais
Resumo Com a pandemia da Covid-19 uma nova forma de comunicação tornou-se evidente, a Comunicação de Risco (CR), que visa comunicar a população sobre os riscos a que está exposta, sua natureza e formas de prevenção. Para que isso ocorra de maneira efetiva é necessário adequação das mensagens aos cidadãos segundo suas especificidades sociais, como a idade, pertencimento étnico-racial, território e condições de acesso à informação (LOPES; LEAL, 2020). Embora a disseminação do novo coronavírus tenha dimensão global, são necessárias ações focalizadas para o enfrentamento à pandemia e para conseguir engajamento social às medidas de proteção (OMS, 2018). Caponi (2020) afirma ser necessário estratégias interdisciplinares para que as ações de prevenção causem os efeitos necessários, principalmente se tratando dos grupos vulneráveis. No Brasil a população rural, devido aos baixos indicadores de educação, moradia e renda, somados a pouca presença dos serviços de saúde, pode ser classificada como vulnerável. Sendo assim, é fundamental uma CR adequada a esse público, que corresponde a mais de 31 milhões de pessoas (PNAD, 2015). Na tentativa compreender qual a percepção dos rurais sobre a Covid-19 e quais metodologias de comunicação foram adotadas pelo Governo de Minas Gerais, essa pesquisa entrevistou 25 moradoras da comunidade rural e quilombola Buieié em Viçosa-MG e realizou a análise de conteúdo (BARDIN, 2011) de peças comunicacionais disponíveis no site da Secretária de Saúde do estado. A análise das campanhas revelou que houve poucas adequações para os diferentes atores sociais. Entre os 94 posts analisados, somente sete foram criados para públicos segmentados: trabalhadores de forma geral, gestantes, crianças, entregadores de delivery e motoristas de aplicativos. O público rural, que possui características vulneráveis, como a pouca formação educacional e baixa conectividade, não foi representando em nenhuma ação comunicacional, são excluídos então mais de 2 milhões de mineiros (IBGE, 2010). No que tange a comunicação dos riscos é possível afirmar que o governo de Minas Gerais divulgou de forma generalista os principais cuidados e formas de prevenção do Covid-19. Sendo 42% da população rural em Minas composta por pretos e pardos, a adequação no aspecto da diversidade racial nas postagens não pode ser tida como significativa. Apesar de haver algumas representações de pessoas negras nas peças, as mesmas não são frequentes ou proporcionais. A CR estadual teve seu foco nas ações digitais e por isso não atingiu as mulheres da comunidade Buieié. Nenhuma das entrevistadas afirmou ter tido contato com uma peça de comunicação do Governo de Minas. A justificativa para isso pode ser o fato de que sete mulheres não possuem celular e 19 delas afirmaram não ter ponto de acesso à internet em casa. Além disso, entre as entrevistadas as redes sociais como Facebook e Instagram são pouco utilizadas, elas buscam se informar majoritariamente pela TV e pelo rádio.
Palavras-chave comunicação de risco, mulheres rurais, covid-19
Forma de apresentação..... Vídeo
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