Resumo |
Introdução: Nas unidades de terapia intensiva, os pacientes críticos podem apresentar dificuldades na manutenção da regulação da temperatura corporal devido à própria condição de saúde e também a fatores externos, como a permanência em um ambiente climatizado com baixas temperaturas. Além disso, intervenções de enfermagem como o banho no leito também podem desencadear alterações da temperatura corporal desses pacientes. Durante o banho no leito os pacientes permanecem com o corpo despido, exposto ao ambiente e em contato direto com a água do banho. Desse modo, percebe-se que o banho no leito, apesar de ser uma prática rotineira nas unidades de terapia intensiva, deve ser realizado de forma cuidadosa pela equipe de enfermagem. Objetivos: Identificar os fatores de risco para alterações na temperatura corporal dos pacientes críticos relacionados ao banho no leito. Metodologia: Estudo transversal conduzido com 50 pacientes críticos. Realizou-se a observação do primeiro banho no leito desses pacientes após a admissão na unidade de terapia intensiva. Como desfechos foram avaliadas a temperatura axilar e timpânica no início e no fim de cada banho. Avaliou-se também características dos pacientes, tempo de execução dos banhos, temperatura e umidade do ambiente. Foram comparadas as temperaturas timpânicas e axilares no início e no fim do banho, pelo teste de Wilcoxon e T de Student para amostras pareadas. As temperaturas obtidas no final do banho foram categorizadas em menor que a média inicial e maior ou igual a média inicial. Realizou-se a comparação das características dos pacientes, do ambiente e do tempo de execução dos banhos, utilizando os testes de Qui-quadrado de Pearson, Exato de Fisher ou Teste T de Student para amostras independentes. Resultados: Verificou-se predomínio de pacientes idosos (36 – 72,00%) e do sexo masculino (28 – 56,00%). Não houve diferença estatisticamente significativa (p=0,707) entre a mediana da temperatura timpânica dos pacientes no início 36,80°C e no fim do banho 36,95°C. Em contrapartida, a média da temperatura axilar no fim do banho (36,12°C) foi menor e estatisticamente diferente (p=0,001) da média apresentada no início do banho (36,34°C). Em relação aos possíveis fatores de risco para essa redução da temperatura axilar, verificou-se que não houve associação entre as variáveis analisadas: idade dos pacientes, dispositivos invasivos, tempo de execução dos banhos, temperatura e umidade do ambiente. Conclusões: Os pacientes críticos durante o banho no leito podem sofrer redução da temperatura axilar independentemente de suas características individuais, do tempo de execução do procedimento e da temperatura e umidade do ambiente. Portanto, durante a realização dos banhos deve-se manter a técnica adequada e a monitorização da temperatura dos pacientes, a fim de identificar a ocorrência de alterações significativas como a hipotermia. |