Resumo |
Um grave problema que pode ocorrer em corpos hídricos é o fenômeno da eutrofização, causado pelo grande aporte de nutrientes tais como o fósforo, podendo acontecer de forma natural ou por resultado de ação humana. As principais consequências são uma redução na quantidade de oxigênio dissolvido na água, provocando a morte de espécies aquáticas como os peixes, também causando alteração do pH no meio, liberação de gases com odores desagradáveis, entre outros. Tendo em vista este problema, uma forma relativamente simples de remoção de fósforo é a precipitação na forma de estruvita (MgNH4PO4.6H2O). Este cristal é formado em condições de alcalinidade juntamente com a presença de amônio, magnésio e fósforo em uma proporção molar próxima de 1,0:1,0:1,0. Uma importante variável que pode otimizar a formação da estruvita é a adição de materiais-semente no meio que possuem por finalidade ajudar a superar a barreira de energia inicial para nucleação, permitindo o crescimento do cristal. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência dos materiais-semente areia, caulim e rejeito de minério de ferro na remoção do fósforo pela precipitação do cristal de estruvita. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório da Qualidade Ambiental do Departamento de Engenharia Agrícola, UFV. A solução foi formulada para simular efluente de suinocultura após digestão anaeróbia, desta forma optou-se por utilizar uma concentração de 100 mg/L de P-PO43- nos efluentes sintéticos. Em uma primeira etapa, as soluções foram produzidas contendo magnésio, fósforo e amônio na proporção molar de 1,2:1,0:1,0. Em seguida, o pH foi ajustado para 9,5, foram adicionados 3 gramas do material semente em cada uma das cinco cubas do aparelho Jar Test, sendo em seguida submetidas a uma rotação de 200 rpm por 15 minutos e posteriormente, 30 minutos em 100 rpm. Feito isso, as amostras foram filtradas com auxílio de uma bomba de vácuo e, por fim foram realizadas as análises da concentração de fósforo das amostras pelo método espectrofotométrico. Na segunda etapa, foi realizado o mesmo processo, mas sob pH igual a 8,5. Como resultados obtidos, quando feitos os testes em pH 9,5, obteve-se uma remoção média de fósforo de 64,80% sem uso de semente, 68,86% com o material areia, 65,50% com o caulim e 66,14% com o rejeito de minério de ferro. Na segunda etapa, em pH 8,5, foi obtido uma remoção média de 40,37% sem uso de semente, 42,48% com o material areia, 40,00% com o caulim e 49,21% com o rejeito de minério de ferro. Por fim, destaca-se uma maior eficiência na remoção de fósforo quando utilizado rejeito de minério de ferro como material semente em pH igual a 8,5, promovendo 8,26% em média a mais de remoção comparado aos outros materiais e não havendo diferenças significativas de remoção entre os materiais semente quando realizado em pH 9,5. |